Passaporte para uma furada

por Luisa Bustamante


Viajar para um país desconhecido, com documentação legalizada para,além de curtir o turismo, fazer uma graninha extra é uma proposta sedutora. Assim, o Work Experience tem se tornado uma febre entre jovens universitários de classe média que desejem conhecer outro país.

O programa de intercâmbio apresenta os muitos benefícios que a experiência no exterior proporciona, com uma vantagem a mais: garante um visto para o intercambista trabalhar legalmente e custear parte da viagem. O que muitos desse jovens não percebem é que, na verdade, trata-se de uma programa que se utitliza de mão de obra barata fazendo em troca promessas que não dão garantia de serem cumpridas.

A baixa do dólar parece compor um cenário perfeito para uma viagem internacional, especialmente com destino aos Estados Unidos, já que o preço das passagens acaba se reduzindo. Mas é preciso ficar atento ao fato de que esse mesmo país de promessas de consumo mil está lutando contra uma crise que toma muitos empregos dos próprios americanos. Com isso, nada mais natural do que a oferta de empregos para estrangeiros fique cada vez mais escassa.

O grande problema é que, quando o jovem decide fazer o programa, ele deve pagar o pacote, não reembolsável, com pelo menos seis meses de antecedência, tempo suficiente para o cenário da economia se rearranjar e a oferta de empregos cair. Esse decadência faz com que muitos jovens cheguem nos estados unidos e sejam despedidos de um emprego atrás do outro, correndo o risco de serem deportados e nunca mais poder voltar para os EUA. Por isso, é muito importante que o jovem fique atento ao desenvolvimento da economia do país de destino e mantenha contato com seu empregador e com a agência. Esses cuidados mantêm o estudante prevenido e os pais mais sossegados.

Estar informado de tudo que for possível sobre a cidade pra onde vai é mais do que recomendável. Esse é um trabalho que fica na mão do estudante, pois as agências não divulgam as informações negativas a respeito dos destinos, para não perder a clientela. É muito importante fazer uma pesquisa completa para saber quais hospitais aceitam o plano de saúde oferecido no pacote, a distância dos comércios até sua casa, sistema de transporte, custo de vida médio, vida noturna e população.

Mesmo assim, os benefícios de uma experiência no exterior são inegáveis. A partir do momento em que uma pessoa se dispõe a conhecer uma cultura distinta da sua, ela abre portas para novos conhecimentos, que ajudam no seu crescimento pessoal. A probabilidade de ser mais independente e ter mais facilidade de assimilar o novo é maior quando estamos tratando de alguém que viaja muito. Além disso, num contexto em que o mercado de trabalho tem se tornado cada vez mais exigente, fluido e sem fronteiras, o intercambio também é um diferencial. Além do conhecimento em uma língua estrangeira, é bem visto no currículo uma especialização na profissão que o estudante deseja seguir.

O único problema é a falta de informação. Muitas vezes os jovens que optam pelo programa não procuram mais informações do que a agência oferece e acabam se deparando com situações com as quais não sabem lidar, em um país estranho. Por isso, para que o Work Experience realmente renda os frutos que promete, é preciso que o jovem se mantenha muito bem informado e esteja sempre cobrando das agências as promessas que fizeram, afinal, o dinheiro que paga o pacote não é somente pras passagens.

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De olho na vizinhança!
Procure saber tudo o que puder sobre a população da cidade. Faixa etária predominante, regiões com maior e menor densidade populacional, lugares que mais freqüentam, etc. Isso evita que você acabe indo morar em uma cidade em que predominam pessoas Muito mais jovens ou muito mais velhas.

No ponto de ônibus
Informe-se a respeito do sistema de transporte: saber os horários e circuitos dos ônibus e táxis é importante para você organizar sua rotina.

É ali na esquina
Procure em um mapa as distâncias da sua casa até supermercado, trabalho, centro da cidade, hospitais, cinemas, etc. Se tudo for perto, você pode comprar uma bicicleta e ficar despreocupado com trânsito ou horários dos ônibus.

A boa da noite
É muito importante pesquisar sobre a vida noturna e os programas de lazer que a cidade oferece. A rotina de trabalho no exterior pode ser muito cansativa, e se o local oferecer poucas opções de lazer, o dia a dia pode acabar ficando estressante. Mas atenção! Nos Estados Unidos a maioridade é de 21 anos, portanto, se você for menor de idade, esqueça os bares e as boites.

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