sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Policial, adjetivo

Por Nicolas Mileli

“Policial, adjetivo” já surge como um dos maiores filmes do ano. Em cartaz em São Paulo desde o dia 20 de novembro, a obra, vencedora do Prêmio de Júri da mostra Um certo olhar este ano em Cannes, solidifica a inserção da Romênia no cenário cinematográfico mundial.

Dirigido por Corneliu Porumboiu, o mesmo de “A leste de Bucareste”, “Policial, adjetivo” conta a história de X, um policial que tem que prender jovens apenas por consumirem haxixe, enquanto tenta descobrir quem lhes fornece a droga. Apesar disso, X não acha justo estragar a vida dos jovens apenas por eles serem usuários da droga, já que a lei deve mudar em breve.

O filme é, acima de tudo, lento. Planos em que nada acontece são constantes, de modo a frisar o quão tediosa pode ser a profissão de policial. Além disso, várias cenas parecem se repetir, com pequenas alterações em suas composições, perceptíveis apenas a olhos mais atentos.

A trilha sonora é inexistente. Nos raros momentos em que o filme apresenta uma música, ela está inserida na própria cena, como, por exemplo, quando a mulher de X ouve música. De resto, a sonoplastia foca-se nos ruídos ambientes e nos, muitas vezes raros, diálogos.

Apesar da escassez, as conversas são um ponto alto da obra de Porumboiu. Com uma leve dose de humor, o filme contesta as idéias cotidianas, as noções que temos das palavras. O próprio nome do filme já retrata essa questão de indefinição vocabular.

“Polical, adjetivo” é, em resumo, um filme policial que nega o estilo clássico desse gênero. Não existem longas cenas de perseguições ou coleta de provas por parte do detetive. A obra retrata principalmente o cotidiano do policial. E o quão enfadonho ele pode ser.

Geisy Vs Uniban

Por Nicolas Mileli

“Ela armou isso tudo para ficar famosa” opinou João Pedro Cardoso Cunha, assessor de imprensa da Uniban. “A guria dava em cima de todo mundo, não importava se tinha namorado”, relatou Rodrigo Pinto, aluno de direito da faculdade, “por isso que ela foi hostilizada, principalmente pelas meninas”. Geisy se defende, pois, para ela, todo o preconceito veio por causa de seu sobrepeso.

“Nada me proíbe de ir de saia para a faculdade”, acrescenta Geisy. “Sempre me vesti assim. Por que eu não posso?” A estudante admite estar acostumada a ouvir elogios quando sai na rua vestida como foi à faculdade. “Eu sempre fui meio perua. Minha mãe também é assim”, confessa Geisy, que admite não ver nenhum problema em seu modo de se vestir.

As pessoas que hostilizaram a estudante culparam os seus atos, e não as roupas, pelas brincadeiras. “Ela age como um homem, dá em cima de todo mundo”, alfinetou Rodrigo. João Pedro também endossou essa opinião. “O problema foram as provocações e as atitudes indecentes.” Segundo o assessor de imprensa da universidade, para que ela deixe de ser hostilizada, é preciso que aprenda a se comportar.

João Pedro considerou esse caso algo positivo para a Uniban. “Nossa faculdade vai ficar conhecida como um lugar em que você pode botar sua filha com tranqüilidade.” Dentre as normas da universidade, o assessor de imprensa destaca a proibição de namoros no campus. “Beijo não pode. No máximo andar de mãos dadas”, ressalta João Pedro.

Geisy conta que inicialmente via cochichos dos rapazes, que depois passaram a falar obscenidades. “Mulher com roupa curta não é motivo para ser estuprada”, afirmou indignada. “A sociedade brasileira é mais preconceituosa do que se esperava. Daqui a pouco vão querer que as moças vão de véu para a aula.” Geisy prometeu, ainda, processar a faculdade, que transformou a vítima em réu.

“Foi uma brincadeira em que todo mundo entrou”, destaca Rodrigo, que acha que a faculdade ficaria menos interessante se resolvessem cobrir as meninas. A hipótese de brincadeira foi endossada pelo assessor da universidade. “Era uma brincadeira de jovens que acabou por tomar uma proporção muito maior”, opina. “A culpa é da imprensa, que não estava lá e resolveu criar um bode expiatório”, alfineta João Pedro.

A Uniban mantém a sua postura. “Só voltamos atrás porque o MEC pediu. Há um código de conduta que deve ser respeitado”, se defendeu João Pedro. A expulsão, no entanto, foi uma atitude controversa. “Toda a imprensa me apoiou”, ressalta Geisy. O aluno Rodrigo Pinto, que criticou a postura da estudante, achou que expulsá-la da faculdade seria um exagero.

A repercussão tomou a imprensa internacional e outras universidades ofereceram convites a Geisy. “Vou escolher a faculdade mais barata, se eu não puder pagar muito”, ressalta a jovem. Ela ainda admite: “Queria ir para um lugar mais progressista. A UNB seria ideal.” A saída da estudante é apoiada por Rodrigo Pinto, “não vejo clima para ela voltar”. “Ninguém vai falar com ela”, acrescenta o estudante.




Repercussão na mídia


Geisy afirma ser vítima do ocorrido. Mas essa não é a opinião nem do assessor de imprensa da UNIBAN nem de um dos alunos. A estudante afirma “Fui vítima”, enquanto a imprensa, tanto brasileira quanto estrangeira corrobora. Já Rodrigo Pinto discorda “Ela é meio maluquinha”, conta, “está sempre querendo aparecer”. João Pedro concorda: “A garota ficava puxando a saia para cima”.

“Eu nunca vi nenhum problema parecida na Uniban”, conta Rodrigo. “Mas ela já tentou me agarrar e várias pessoas ‘pegaram’ ela. Devia fazer teste psiquiátrico.” João Pedro foi ainda mais enfático na sua declaração. “Estava surtada! Veio à faculdade resolvida a dar!” E concluiu: “Geisy deveria ser separada das moças honestas”.

No discurso do assessor de imprensa da universidade, também teve uma crítica à imprensa. “A imprensa não estava lá e não quis reconstituir.” O medo de punição, por causa da presença dos jornais também estava na fala do estudante Rodrigo. “Não participei e não posso dizer que participei”, afirma num tom reticente. Já para Geisy, a repercussão da mídia foi positiva.

Apesar disso, a estudante crê que esse escândalo não vai atrapalhar a sua vida futura. “Até eu me formar todo mundo já esqueceu”, supõe Geisy. Enquanto isso, ela confessa desfrutar de seus minutos de fama, mas nega que tenho recebido propostas para posar nua e afirma que não vai fazer pornô. “Não sou este tipo de mulher!”, afirma sem, no entanto, negar que tenha sido procurada.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Uniban: “Geisy era tarada”

por João Pedro Maciel

Segundo assessor da universidade, aluna teria provocado o caso para se promover

O assessor de imprensa da Universidade Bandeirante (Uniban), João Pedro Cardoso Cunha (60), afirmou no dia 13 de novembro que a estudante de Turismo Geisy Arruda (20), hostilizada por outros alunos da instituição por vestir um micro-vestido vermelho há pouco mais de um mês, no campus de São Bernardo do Campo (SP), se comportou como uma tarada. "Essa moça veio para a faculdade resolvida a dar, devia estar no desespero há muito tempo", declarou em entrevista coletiva.

Segundo ele, apesar de a Uniban ter voltado atrás na decisão de expulsar a aluna, a medida tomada pela universidade era a mais correta, já que Geisy teria provocado intencionalmente o tumulto, desfilando pelos corredores, fazendo propostas obscenas para os alunos e suspendendo o vestido. "Só desistimos da punição por causa da pressão do Ministério da Educação (MEC), mas de loira burra ela não tem nada. Armou tudo isso para se promover e ficar famosa", acusou o porta-voz.

Na visão de Rodrigo Pinto (23), estudante de Direito da Uniban que presenciou o ocorrido, Geisy parecia uma prostituta à procura de clientes, mas não fez sucesso porque era gordinha. "Não dá para ficar mostrando as pernas cheias de celulite por aí. Se ela fosse gostosa de verdade, ninguém teria reclamado", concluiu ele, afirmando já ter sido agarrado anteriormente pela moça. A expulsão de Geisy, para Rodrigo, foi um exagero, mas um tratamento médico seria bom: “Ela andava provocante, parecia sempre alterada. A mulher era chave de cadeia, devia fazer psiquiatria”, opinou.

Geisy rebate acusações e diz que continua na Uniban

"Acho isso tudo uma hipocrisia. Mesmo se eu fosse puta, não poderia estudar?", defendeu-se Geisy, lembrando que outras mulheres também se vestiam da mesma maneira na faculdade e que a vítima da história era ela. "Eu não estava de biquíni. O vestido nem era curto, só era apertado. Todo mundo usava roupas assim", rebateu ela. Comparando a reação ao caso com o comportamento da cultura muçulmana, aonde as mulheres andam cobertas da cabeça aos pés, a estudante criticou: "Não podemos nos comportar como os talibãs".

Para Geisy, os xingamentos recebidos só aconteceram por causa de sua baixa popularidade entre os colegas e por causa de sua aparência física. "O grupo de garotos que começou a me insultar não gostava de mim. Um deles tentou me namorar, mas era feio e eu não quis nada com ele. Só me enxotaram porque eu sou loira e gordinha", justificou ela, contando ainda que tem recebido o apoio de seus familiares e de muitas outras pessoas, através manifestações públicas pelo país.

Apesar do preconceito sofrido e da falta de apoio da faculdade, que garantiu que não fará nenhum planejamento especial de segurança caso Geisy retorne, a estudante planeja voltar à Uniban para finalizar esse semestre letivo. "Quero voltar lá para passar na frente deles usando o mesmo tipo de roupa", provocou. Ela ainda descartou a possibilidade de o caso prejudicar a sua carreira e disse que, futuramente, pretende concluir o curso em outra instituição. "Não posso citar nomes, mas já recebi bolsas de algumas universidades. Vou escolher o que for melhor para mim e para minha família", contou.

"Eu não sou puta", diz Geisy

por Mariana Valle

"Ela veio para faculdade decidida a dar", disse João Pedro Cardoso Cunha, assessor da Universidade Bandeirante (UNIBAN) em uma entrevista coletiva no dia 13 de novembro, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Geisy Arruda e Rodrigo Pinto, aluno da instituição paulista, também estavam presentes e deram suas opiniões sobre a polêmica que o vestido causou.

A aluna de turismo se defendeu ao dizer que era uma vítima dessa história. "Sempre me vesti assim, já vi muita gente de short." Arruda enfatiza que o vestido não era curto, era só apertado e que tudo aconteceu porque era "loira e gordinha". Ela afirma que sempre usou roupas desse tipo, coloridas e de preferência rosa. "Eu não sou puta", disse após comentar sobre o ataque que sofreu na faculdade em que foi xingada pelos alunos. "Aqueles garotos nunca frequentaram um puteiro?", completa.

O assessor João Pedro Cardoso Cunha, 60, trabalha na universidade há 10 anos desde que foi fundada. Segundo ele, Geisy provocou seus colegas com atitudes indecentes para o ambiente universitário. "Ela estava surtada, veio para faculdade decidida a dar, vai ver porque ela é gorda e não dá há muito tempo." Disse que "o problema nem foi o tamanho da roupa e sim a sua atitude de ficar puxando o vestido para cima, além de ficar desfilando pelos corredores". Cunha completa dizendo que a estudante fez tudo isso para se promover, "de loira burra ela não tem nada".

Rodrigo Pinto, 23, aluno de Direito da UNIBAN, disse que estava perto quando tudo começou. Pinto fala sobre a maneira com que Geisy age em sala de aula. "Ela deu em cima do namorado de todas, é meio maluquinha, sempre querendo aparecer." Segundo ele, a aluna se faz de "santinha" e que "é comum vindo dela", "ela já até tentou me agarrar". Ele termina ao dizer que acha a expulsão uma medida muito forte, mas também "não há clima para ela voltar". "Ela deveria fazer um tratamento psiquiátrico, é ninfomaníaca".

Geisy pretende trocar de faculdade

A estudante irá terminar o semestre na UNIBAN e já chegou a receber propostas de outras faculdades. "Pretendo me mudar para um lugar mais progressista, não devemos pensar como talibãs", disse. A aluna afirmou que é forte e está recebendo apoio da família e de amigos.
Ela chegou a participar do programa "Casseta e Planeta" da TV Globo, na edição do dia 17 de novembro, ao aparecer com uma burca, fazendo paródia com a polêmica que está envolvida.

O caso começou no dia 22 de outubro, quando a aluna apareceu na faculdade que estuda, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista com um vestido rosa, justo e curto. Ela foi hostilizada pelos estudantes, chegou a ser xingada e teve que ficar em uma sala para esperar por uma escolta policial. Ela saiu com um jaleco de um professor e não voltou à faculdade por alguns dias. A universidade investigou o caso, falou com alunos e funcionários chegando até a expulsá-la, depois de muita pressão ela foi reaceita.

Diferentes vozes sobre o caso UNIBAN

“Exemplo de barbaridade”. As humilhações sofridas por Geizy Arruda na UNIBAN, no dia 22 de outubro, foram assim classificadas por ela ontem em entrevista coletiva a alunos da Escola de Comunicação da UFRJ. O assessor de imprensa da universidade e um aluno desta também se pronunciaram. As versões dos três apresentaram diferenças.
Geizy Arruda garantiu que já viu, na UNIBAN, outras meninas vestidas da maneira que ela estava no dia da humilhação. Disse também que não estava provocando ninguém e que sofreu as hostilidades pelo fato de ser gordinha e loira. Já Rodrigo Pinto, 23 anos, aluno da mesma universidade, tem outra versão. “Meus amigos disseram que ela começou a andar levantando a saia. Vi de longe Geizy provocando eles.”
O assessor de imprensa da UNIBAN, João Pedro Cardoso Cunha, deu ainda mais detalhes sobre a razão das humilhações. “Ela desfilava ao invés de estudar. Veio pra aula querendo ‘dar’ porque não ‘dava’ há muito tempo. Nossos alunos corriam risco de serem agarrados”, segundo ele. A acusada se defendeu dizendo que não é o tipo de mulher que faria isso.
Desde o dia 22 de outubro, estão acontecendo muitas manifestações, como criação de comunidades no Orkut, apoiando Geizy e defendendo que ela foi vítima da ação de preconceituosos. Mas para Rodrigo Pinto, que afirma não ter participado das humilhações, seus amigos não agiram errado. “Não foram machistas. Não dá pra ser gorda e se achar gostosa. Parecia que ela queria arrumar um cliente.” O assessor de imprensa João Pedro Cunha engrossou o coro dos que não acham que cabe a Geizy o papel de vítima. “Ela armou tudo isso para ficar famosa. É inteligente. De loira burra, não tem nada.”
Perguntado sobre a imagem que as pessoas ficarão da UNIBAN, João Pedro Cunha mostrou-se não estar muito preocupado com isso. “A faculdade vai ficar com uma boa imagem para as famílias tradicionais.” Antes mesmo desta declaração do assessor da universidade, aqueles que pensam como ele já tinham sido alvo da ironia de Geysi. “Daqui a pouco vão querer que as moças venham de véu para a aula.” Se depender do assessor, é bem capaz que esta seja uma futura exigência da universidade porque, para ele, namorados só devem, no máximo, andar de mãos dadas e conversar quando estiverem dentro da UNIBAN. Nada de beijo.
Ainda segundo o assessor da universidade, deverá haver um esquema especial para a volta às aulas de Geizy. Volta que só ocorrerá porque a direção da faculdade revogou a decisão de jubilar a aluna. João Pedro Cunha deixou bem claro que esta medida foi tomada a contragosto dos diretores. “A pressão do MEC nos fez revogar a expulsão. Se eu fosse ela, não insistiria em voltar. Se quiser, devolvemos o dinheiro (das mensalidades) gasto neste semestre para a família.”

Classe Média Way of Life

Está nas bancas a edição da CartaCapital com textos do Classe Média Way of Life. A edição conta com ilustrações de Maringoni e ainda um texto do Mino Carta pra complementar. Vale à pena conferir!

"Para ser um cidadão da Classe Média, é fundamental ter aprendido que este status significa ter muitos deveres e poucos direitos. Isto quer dizer que nem todos os deveres são tão “deveres” assim, pois a situação injusta é um salvo-conduto para utilizar um “jeitinho” de ficar livre de determinadas obrigações. É assim, por exemplo, com o bom e velho serviço militar obrigatório, aquele ao qual todo brasileiro do sexo masculino precisa se apresentar ao completar a maioridade e que, eventualmente, precisa servir."

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Abraços!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Assessor da Uniban: "Geisy armou para se promover"

Por Marina Lins
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“A moça estava surtada, veio para a faculdade decidida a dar”. Com essas palavras João Pedro Cardoso Cunha, assessor de imprensa da Universidade Bandeirante (Uniban), descreveu a atitude de Geisy Arruda no dia em que foi hostilizada por usar um vestido muito curto para a aula. A aluna, ao contrário, se vê como vítima da situação, “Já vi muita gente de short curto, só aconteceu comigo porque sou loira e gordinha”.

Cunha afirmou que a universidade entrevistou inspetores, professores e alunos, e todos confirmaram: Geisy agiu de maneira provocante. “O problema não foi tanto o tamanho da roupa, mas a atitude dela desfilando pela faculdade e puxando a saia para cima”, disse. Assessor da Uniban há 10 anos, Cunha minimizou a reação dos alunos. “Se estivesse lá, também entraria na brincadeira. Esse tipo de coisa acontece em todo o lugar.”

Aluno do curso de direito da Uniban, Rodrigo Pinto classificou Geisy como ninfomaníaca, alegando que a moça precisa de um tratamento psiquiátrico. “É maluquinha, está sempre querendo aparecer.” Ele afirmou não ter participado da ofensiva contra a aluna, mas admitiu ter estado perto do ocorrido. O futuro advogado concordou que foi apenas uma brincadeira e ponderou: “Se ela fosse gostosa de verdade, ninguém tinha reclamado”.

O assessor também acusou Geisy de ter armado toda a situação para se promover. “De loira burra ela não tem nada”, disse. Rodrigo Pinto concorda e afirma que não foi a primeira vez que a aluna agiu desse jeito. “Ela está se fazendo de santinha, mas não é de hoje.”

Geisy não viu a situação como uma brincadeira, pretende processar a universidade e todos que defenderam a sua posição. “São uns bárbaros, daqui a pouco teremos que ir de véu para a faculdade.” A aluna classificou como preconceituosa a atitude da Uniban. “Não sou puta, mas, se fosse, não poderia estudar lá?”
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Geisy disse ser uma patricinha e sempre ter usado esse tipo de roupa, que é o mesmo vestido pela mãe. “Se fosse magra, seria a Barbie.” Sua família a apoiou durante o episódio, assim como grande parte dos brasileiros. “Recebo mais apoio do que crítica.” A aluna disse ter ficado muito feliz com a manifestação de estudantes da Universidade de Brasília (UNB) que saíram pelados em protesto à sua expulsão. Até mesmo jornais americanos noticiaram o caso, classificando-o como barbaridade.


Geisy terminará o semestre na Uniban

Geisy Arruda recebeu convites de outras universidades, mas pretende terminar o semestre na Uniban. “Quero passar na frente deles com o mesmo tipo de roupa e eles terão que ficar calados.” A aluna ainda não decidiu aonde vai estudar depois, mas garante que será em uma instituição mais progressista.

A decisão de Geisy não tem o apoio da Uniban. “Não garanto que ela não vá sofrer hostilidade em sua volta”, afirmou João Pedro Cardoso Cunha, “se fosse ela, não insistiria.” O assessor não acredita que a imagem da universidade será abalada. Pelo contrário, considera que as famílias tradicionais se sentirão mais seguras ao matricular suas filhas na instituição.

Mesmo avaliando a expulsão como uma atitude extrema da Uniban, Rodrigo Pinto também acha que a aluna não deve voltar. “Não tem mais clima para ela estudar lá.”

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

“Separada das moças honestas da universidade”

Por Marlisa Amorim

A hostilidade à aluna da Uniban marcou o país nos últimos dias. Nesta semana a universidade voltou atrás na expulsão de Geisy. Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (13/11) o assessor de imprensa da Uniban, João Pedro Cardoso Cunha e o aluno Rodrigo Pinto demonstraram forte preconceito contra a aluna de turismo. Geisy também estava presente na coletiva de imprensa.

Segundo João Cunha, a expulsão foi revista apenas pela pressão do Ministério da Educação. O assessor disse que a investigação interna da faculdade concluiu que o episódio foi motivado pelas atitudes provocativas de Geisy. E a reação não passou de uma “brincadeira de jovens”. O aluno Rodrigo Pinto reforçou a afirmação, dizendo que o fato era para ter sido uma simples brincadeira, mas tomou uma grande proporção.

Para o assessor, a expulsão da aluna estava correta. Geisy deveria ser “separada das moças honestas”, argumentou João Cunha. Já Geisy disse ser a vítima e não o problema. “A gente não pode pensar que nem os Talibãs que cobrem as mulheres da cabeça aos pés para protegê-las.”, rebateu a aluna de turismo.

“Na verdade essa moça estava surtada. Ela veio para faculdade resolvida a dar. Vai ver que por ela ser gordinha, essa moça estava no desespero.”, declarou o assessor. Para João Cunha, Geisy armou toda a situação, com a intenção de ficar famosa. “De loira burra, ela não tem nada”, concluiu.

O aluno Rodrigo Pinto comentou sobre o comportamento de Geisy na faculdade. Segundo ele, a aluna sempre quis aparecer e era provocativa. Por essa razão os alunos e funcionários implicavam com ela. “Parecia que ela ia para a universidade para arrumar cliente”, afirmou o aluno. Rodrigo Pinto ainda deu uma explicação para o ocorrido: “Se ela fosse gostosa de verdade, ninguém tinha nem reclamado. Ela não tem espelho em casa.”

Geisy também acha que o problema foi o fato de ser loira e gordinha e não o vestido em si. Ela admite ser perua e disse que não vai mudar o seu jeito de ser por causa de preconceitos alheios.

Para ela, a comparação com uma garota de programa é mais uma forma de preconceito e hipocrisia. “E se eu fosse uma puta mesmo? Puta não pode estudar numa universidade? Aqueles rapazes nunca freqüentaram uma puta?”, desabava.

Para o futuro, pretende terminar o semestre na Uniban e mudar para um lugar mais progressivo. Várias faculdades de São Paulo já ofereceram vagas à aluna de turismo.

O episódio

Por usar um vestido curto, Geisy Arruda, aluna de turismo da Uniban de São Bernardo do Campo, foi xingada por um grupo de estudantes. O caso se deu no dia 22 de outubro, mas ganhou repercussão na primeira semana de novembro, com a exibição de vídeos no YouTube, mostrando cenas do tumulto.

A confusão começou quando Geisy Arruda subia por uma rampa até o terceiro andar e os alunos começaram a gritar palavras ofensivas. A garota se resguardou numa sala de aula e só saiu com a escolta policial. Ela não voltou para a faculdade desde o dia do acontecimento. Nesta semana, Geisy foi expulsa e reaceita na Uniban.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

A saga de Geisy

por Yasmin Narcizo
A notícia mais lida no mundo na última semana foi o ocorrido com Geisy Arruda (20), aluna da Uniban (Universidade Bandeirantes), no ABC paulista, hostilizada pelos alunos da própria universidade por usar um vestido curto. A repercussão do caso foi tão grande que na sexta-feira passada, 13 de novembro, houve uma netrevista coletiva onde ela, um assessor de imprensa da Uniban e outro aluno da instituição confrontaram suas versões do ocorrido.
Geisy reforçou suas convicções sobre o acontecido dizendo que já tinha visto outras alunas frequentarem as aulas de shorts curtos e que usaria seu vestido na rua sem problema nenhum. Em resposta aos alunos que sugeriram um estupro à estudante e a chamaram de "puta", ela disse: "Eu fui a vítima. Uma mulher com roupa decotada não dá razão para ser estuprada, não podemos pensar como os talibãs. Não sou uma puta, como andam dizendo. Eu fico pensando, e se eu fosse uma puta mesmo? Elas não podem ir para a universidade?".
De acordo com a versão da aluna, o preconceito aconteceu porque um grupo de rapazes começou a provocá-la, jogando papéis e dizendo obscenidades. "Sofri preconceito porque sou loira e gordinha", disse. Geisy pretende terminar o semestre na Uniban e depois trocar de universidade, mas continuar vestindo as mesmas roupas. "Vou para a universidade que me der mais apoio moral, mas se alguma me oferecer bolsa, eu vou, porque a minha família é pobre", ela falou.
O outro lado da história
João Pedro Cardoso Cunha (60), é assessor da universidade há 10 anos e está certo de que o apoio da imprensa à aluna criou uma vítima. "A mídia apóia porque não estava lá. Geisy provocou seus colegas com atitudes indecentes, que não são compatíveis com uma aluna universitária", ele falou.
O assessor acredita que não tenha sido preconceito o ocorrido com a aluna e que moças precisam aprender a se comportar. "A imagem da universidade não foi prejudicada, e sim mostrou que é um lugar para sua filha estudar. ", disse João Pedro Cunha. Sobre a expulsão de Geisy da Uniban, ele complementa: "Antes de termos a chance de avisar a aluna, vazou a informação. Voltamos atrás por pressão do MEC. Não insistiria em voltar, se fosse ela, não podemos garantir sua segurança. Até nos dispomos a devolver dinheiro".
Para corroborar o que afirmou o assessor da Uniban, Rodrigo Pinto (23), também aluno da universidade, alega que já quase foi agarrado por Geisy. "Eu não era da sala dela, mas conhecia. Estava perto, mas não participei da manifestação contra ela. Conheço algumas pessoas que já se envolveram com ela. Sabia que daria problema algum dia, por isso não me envolvi. A atitude dela chama-se ninfomania", disse Rodrigo. O estudante acredita que a expulsão da aluna foi um exagero, mas comenta: "Não há clima para ela voltar".


Consequências da exposição:
Geisy, desde a confusão com a Uniban, está vivendo seus 15 minutos de fama. A paulista recebeu várias propostas de universidades para uma troca de seu lugar de estudo. Além disso, não bastasse estar aparecendo em jornais de toda forma de mídia, acabou participando na edição dessa terça-feira, dia 17 de novembro, do programa Casseta e Planeta, vinculado pela Rede Globo. No quadro que gravou, Geisy participou de uma paródia ao que aconteceu com ela, surgindo no quadro uma universidade chamada Uniburka - referência ao uso das burkas para cobrirem as mulheres de países do Oriente Médio, analogia feita por ela em entrevista.
Outro resultado da sua exposição foi despertar o interesse das revistas Playboy e Sexy em um ensaio fotográfico sensual da estudante. Categórica em sua resposta, ela afirma: "Não pretendo posar nua".

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Frota portuguesa acha novas terras

por João Pedro Maciel

Terra à vista. A frota do capitão Pedro Álvares Cabral observou ontem, após 42 dias de navegação, os primeiros sinais de descobrimento de novas terras. Uma grande quantidade de ervas compridas e o encontro com algumas aves foram os indícios de sucesso das embarcações portuguesas, que por ordenança do Rei D. Manuel I deixaram o porto de Belém no dia 09 de março, supostamente para estabelecer entrepostos comerciais nas Índias. De acordo com o escrivão Pero Vaz de Caminha, foram avistados ainda cerca de oito homens pardos e nus na praia, quando a ancoragem se completou à meia légua de distância da terra a ser desbravada.

Apesar das dificuldades de comunicação, Nicolau Coelho, escolhido para realizar os primeiros contatos com o povo desconhecido, conseguiu estabelecer boas relações e trocou alguns presentes com os locais. Ao percorrer o litoral em busca de abrigo e novos suprimentos, as naus lusitanas atraíram para si ainda mais atenção. Por convite de Afonso Lopez, dois desses homens que assistiam à novidade, em meio a aglomeração surpresa, seguiram até o encontro do capitão que os recebeu com festa na caravela. De acordo com Caminha, os homens avermelhados possuíam boas feições, portavam arcos e flechas e eram inocentes ao ponto de conviverem pelados.

A bordo, os convidados se assustaram com uma galinha, mas souberam lidar bem com um papagaio. Eles indicaram também que na terra onde moram há ouro e prata, demonstrando muito interesse em trocá-los por outros objetos que lhes sejam mais úteis, como contas de rosário. Atendendo às ordens do capitão, Coelho, o escrivão e um jovem degredado também foram conviver entre eles para aprenderem seus costumes. Os nativos vivem com os corpos pintados e com os lábios furados, aonde geralmente colocam ossos para se enfeitarem. Mesmo não comendo carne e apenas sementes, a saúde deles é notavelmente melhor do que a dos portugueses.

Novo povo poderá ser catequizado

As notícias do achamento da terra serão enviadas ao Rei de Portugal, para que novos mantimentos sejam mandados aos navegadores, permitindo que a frota continue a exploração do lugar. Ficou acordado ainda entre os descobridores que não será necessário o uso da força física para dominação do povo desconhecido. Para isso, bastará apenas amansá-los e apaziguá-los, apesar de ainda não terem conhecimentos dos bons costumes de educação e ignorarem a deferência que deveriam prestar ao senhor capitão, por exemplo.

Na opinião do informante, será fácil lidar com os habitantes da terra, já que gostam de brincar, dançar e viver como animais em meio à natureza. Segundo a carta de Caminha, eles estavam mais à vontade e pareciam ser mais amigos do povo português do que o contrário. Durante a carpintaria, muitos deles acompanharam de perto as técnicas lusitanas com ferro, principalmente para a produção de uma cruz, feita especialmente para realização de cerimônias religiosas. A primeira missa foi rezada dentro de um pavilhão preparado no ilhéu, pelo Padre Frei Henrique. O povo desconhecido imitou o comportamento dos portugueses, assistindo a tudo de joelhos e com devoção.

Caminha afirmou acreditar na catequização dos nativos, porque são gente boa, simples e desprovida de crenças, segundo as aparências. Se houver a possibilidade de aprendizado da língua, facilmente poderão se tornar cristãos também e alcançarem a salvação. Com esse intuito, ele ainda aconselhou o Rei a enviar em breve alguns clérigos para a região, para realizar os batizar na fé.

Como vivem os habitantes locais:
- Possuem cerca de 20 casas, de boas madeiras e cobertas de palha
- Suas casas possuem esteios internos e não têm cômodos
- Eles dormem em redes, atadas com cabos em cada esteio
- Seus corpos são limpos, gordos e formosos
- Alguns andam com os peitos, as coxas, os joelhos, os pés e até os rostos pintados com tinta vermelha, preta e azul
- Os lábios de uns são enfeitados com bicos de ossos e com espelho de pau; muitos possuem mais de um furo no lábio

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

BOX – Como vive esse povo exótico

Segundo as declarações de Pero Vaz de Caminha, os nativos da Terra de Vera Cruz vivem em construções circulares de madeira com uma palha verde no teto. Essas moradias são muito grandes, tendo o tamanho próximo das naus portuguesas e em geral abrigam 40 pessoas. Não há divisão de cômodos e cada morador dorme em sua rede que é fixada nas pilastras de sustentação por amarras.
Caminha também relatou que esses homens já tem domínio do fogo – que usam para se aquecer durante a noite – mas não sabem fundir metais como os povos astecas, incas e maias. Os utensílios para corte dos nativos da Terra de Vera Cruz são de pedra amarrada em cabos de madeira.
Outra observação feita pelos lusitanos é que o povo da terra não planta ou praticam qualquer criação animal. Gado, cabras ou galinhas eles desconhecem completamente e a alimentação principal é de inhame e grãos dos mais diversos encontrados na região.
Nos seus corpos, os nativos usam adornos de penas, pinta-se e tem nos abios um furo no qual mantém um adorno colocado de forma a não atrapalhar a fala. A nudez constante não lhes causa desconforto ou vergonha, e ao que se constatou, as vestimentas lhes são completamente estranhas.

Expedição portuguesa descobre novas terras

Durante expedição marítima da coroa portuguesa, no ultimo dia 22 de abril foi descoberta uma nova terra que terá nome provisório de Terra de Vera Cruz. Segundo o piloto da frota, Pero Escolar, o lugar fica aproximadamente a 660 léguas das Ilhas de São Nicolau. Segundo Pero Vaz de Caminha, escrivão do grupo, esse lugar, até então desconhecido, abriga homens e mulheres muito bonitos, morenos e fortes, que vivem completamente nus e com os corpos pintados. Além de muitas árvores e aves, esse lugar extremamente colorido e cheio de vida pode ter ouro e prata, segundo especulações feitas por Caminha, que diz ter entendido isso no seu contato com os nativos.
De acordo com os relatos de Pero Vaz, o contato entre o grupo de viajantes e os habitantes desta terra exótica foi no geral bastante tranqüilo. Inicialmente houve alguns momentos de receio e hesitação por parte dos nativos, mas logo baixaram os arcos e flecha e começaram a estabelecer contato com os portugueses, chegando em alguns momentos a subir nas embarcações lusitanas e recebendo alguns patrícios nas suas moradas.
Os dois povos, embora não partilhassem da mesma língua, cantaram e dançaram juntos. Parece que os lusitanos ganharam a confiança do povo da terra através de um método perspicaz de trocas: os primeiros ofereciam tecidos, roupas, papéis e outros artefatos do gênero, e, em troca, os segundos os davam peças de sua produção, como acessórios de penas, arco e flechas ou até mesmo pássaros locais. Essa tática rendeu aos portugueses bastante ajuda para abastecer os navios de água e de madeira.
Um passagens marcante do relato de Pero Vaz que chamou muita atenção foi o momento em que, segundo ele, os nativos deram indicações de que na Terra de Vera Cruz haveria ouro e prata: “ um deles (homens da nova terra) fixou o olhar no colar do Capitão e começou a acenar para a terra e logo em seguida para o colar, como querendo dizer que ali havia ouro. Fixou igualmente um castiçal de prata e da mesma maneira acenava para a terra e logo em seguida para o colar, como querendo dizer que lá também houvesse prata” falou Caminha. Se essa indicação estiver correta, muito provavelmente a Terra de Vera Cruz seguirá a trajetória de lugares descobertos nas proximidades, como o México, que tem sido colônias de exploração através da mineração dos referidos metais.
Outro fator relevante que pode decorrer desta descoberta é expansão da fé católica nesta nova terra. A suposta docilidade e a falta de qualquer credo por parte desses homens nus faz deles a nova promessa para aumentar o “rebanho católico”. “Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos a sua fala e eles a nossa, seriam logo cristão, visto que não tem nem entendem crença alguma, segundo as aparências” declarou o escrivão da frota portuguesa.
Os navegantes portugueses retornaram da expedição no dia primeiro de maio, e durante esses 10 dias de estada na Terra de Vera Cruz, pernoitaram sempre nas naus. Entretanto, alguns nativos chegaram a dormir nas embarcações lusitanas, o que possivelmente firmou os laços de confiança entre ambos os lados. Permaneceram na nova terra 4 patrícios, dois degredados, que ficaram por ordens do comandante, e 2 grumetes, que saíram da esquadra fugidos. Esses homens, ao menos os degredados, foram deixados nessa terra exótica com o intuito de conhecer a língua e os costumes dos nativos para num futuro próximo poderem auxiliar na conversão ao cristianismo dos mesmos.

Portugal descobre ilha e dá mais um passo rumo à construção de um império

Por Raquel Oliveira
Nova terra foi descoberta pela frota real portuguesa ontem, às 11h da noite, hora de Lisboa. Situada a oeste de Cabo Verde, a ilha, batizada pelo capitão da comitiva de "Terra de Vera Cruz", é habitada e fértil.
O escrivão Pero Vaz de Caminha revelou os detalhes do feito em carta ao rei de Portugal, Dom Manuel I. Segundo Caminha, ainda não se sabe se há metais preciosos em Vera Cruz. No entanto, ele acredita que tudo o que lá for plantado frutificará, dada a abundância de água disponível no local.
Pareceu ao escrivão que os habitantes do mais novo domínio português são inocentes, formosos e receptivos à fé católica. "O melhor fruto que dela [a Terra de Vera Cruz] se pode tirar será salvar esta gente", opina Caminha na carta, em referência à catequização dos nativos.
Terra à vista
A frota real portuguesa partiu de Belém no dia nove de março, segunda-feira. Após 45 dias em alto-mar, com direito a duas paradas - uma nas ilhas Canárias e outra nas ilhas do Cabo Verde, ambas a oeste de Lisboa -, as tripulações avistaram terra.
Primeiro, um monte "muito alto e redondo", nas palavras de Caminha, posteriormente batizado de Monte Pascoal. Em seguida, serras baixas repletas de árvores: a Terra de Vera Cruz.
O contato com os nativos foi feito em 23 de abril, dia seguinte à descoberta. Os desbravadores chegaram a trocar alguns pertences com os habitantes. Receberam em troca arcos e flechas, entre outros itens.
Mas houve perdas. Em 24 de março, pouco menos de um mês antes da chegada em Vera Cruz, a nau de Vasco de Ataíde se perdeu da frota, mesmo com as boas condições climáticas do Oceano Atlântico à época. Foram feitas buscas, mas nada foi encontrado.
A descoberta da nova terra faz parte de um projeto político da monarquia portuguesa. Motivado pela rivalidade com o reino espanhol e pela necessidade de agregar bens fundiários e monetários ao tesouro português, Dom Manuel I pretende investir, ao longo de seu reinado, parte da arrecadação de impostos em exploração além-mar.

Portugal expande horizontes

Por Nícolas Mileli

Após um trajeto que durou 42 dias, a frota de Pedro Álvares Cabral encontrou, ontem, novas terras. Localizado a oeste do Oceano Atlântico, no hemisfério Sul, o local foi batizado pelo capitão de Terra de Vera Cruz.

Os habitantes andavam nus e falavam uma língua desconhecida. Apesar da dificuldade no diálogo, os recém-chegados conseguiram estabelecer contato com os nativos, inclusive trocando presentes. Não houve hostilidade de nenhuma das partes.

Nenhuma pedra preciosa foi encontrada na região, apenas pedras verdes e de pouco valor. Indícios, no entanto, apontavam para de outras jóias, mais preciosas.

Afonso Ribeiro, enviado para conviver com os nativos, retornou após os habitantes da terra expressarem descontentamento com a sua visita. Nada lhe foi furtado pelos moradores do local.

Após uma segunda tentativa, Afonso foi recebido e passou uma noite junto aos nativos. Ao voltar, o português pôde contar sobre as moradias dos habitantes, compostas de casas com duas portas, onde residiam cerca de 30 pessoas. Todos dormiam em redes.

A terra, cercada de água e com uma densa floresta, mostrou-se própria para o plantio. A diversidade animal e vegetal também era uma característica do lugar encontrado pela frota.

Como são os Nativos?

Os habitantes da Terra de Vera Cruz não usam roupas. Além disso, outras características são comuns a eles. A pele dos nativos é avermelhada e os seus cabelos são lisos, raspados logo acima da orelha. Usavam ornamentos e pintavam a pele. O lábio inferior era perfurado por um osso branco que, no entanto, não atrapalhava a fala deles.

Tripulação encontra homens exóticos em Vera Cruz

Uma terra composta por grandes arvoredos e abundantes águas limpas foi descoberta pela tripulação portuguesa. Denominada Ilha de Vera Cruz, a terra comporta homens pardos, nus e com vergonhas descobertas. O incidente ocorreu em 22 de abril, 44 dias após a partida de Belém. De acordo com relatos dos tripulantes, é possível a existência de ouro e prata abundantes nessa terra.

Os homens portam feições avermelhadas, de bons rostos e narizes. Andam nus e pintam seus corpos, além de não serem pudorosos em mostrar suas vergonhas. Seus cabelos são lisos e muito pretos e seus lábios são furados, carregando ossos ou pedras entre os furos. O idioma falado por eles é estranho aos portugueses, mas já se estabelece algum tipo de diálogo.

O informante oficial da coroa portuguesa, Pero Vaz de Caminha, conta que os nativos são tão inocentes que trocam arcos e flechas, aves robustas e outros materiais por quaisquer objetos velhos e de pouca valia. “Trocavam arcos e flechas por sombreiros e carapuças de linho ou por qualquer coisa que alguém desejasse dar-lhes”, afirma o informante.

Para esses homens tornarem-se amigáveis, tudo deve acontecer de acordo com o que eles desejam. Basta dar-lhes simples presentes para que eles se interessem na companhia dos portugueses. “Alguns fatos me induzem a pensar que se trate de gente bestial e de pouco saber, e por isso mesmo são tão esquivas; mas apesar de tudo isso, andam bem curados e muito limpos”, afirma Pero Vaz de Caminha.

Acredita-se que essa gente é desprovida de qualquer idolatria e que a missão dos portugueses que ali chegaram seja convertê-los ao catolicismo. “Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos a sua fala e eles a nossa, seriam logo cristãos”, afirma Caminha, acrescentando que, ao participarem de missa junto aos portugueses, os nativos demonstraram grande devoção.

Os homens de Vera Cruz não lavram nem criam. Alimentam-se apenas de inhames e frutos abundantes na natureza. Por essa razão, apresentam-se fortes e saudáveis. As mulheres possuem vergonhas firmes tamanha inocência, que poderiam causar inveja nas mulheres portuguesas.

Nativos trabalham por curiosidade

Após confraternização com a tripulação portuguesa, os homens da terra demonstraram grande disposição em ajudar os viajantes a colher lenha. Fortes e robustos, trabalhavam com prazer. Presume-se que eles estavam, na verdade, curiosos em conhecer materiais de corte feitos à base de ferro.

De acordo com relatos de tripulantes, os nativos cortam suas madeiras com pedras feitas de cunhas muito bem ataladas a um pau. Além disso, despertou-lhes a curiosidade o comer e o dormir dos portugueses, uma vez que suas casas eram compartilhadas por cerca de 35 pessoas.

Portugueses descobrem uma nova terra

por Mariana Valle

Portugal descobriu ontem, um novo território. Os navios saíram de Belém no dia 9 de março. Após mais de 1 mês de viagem, eles avistaram sinais de terra, cerca de 670 léguas da Ilha de São Nicolau. Foram encontrados habitantes no local, e o capitão Pedro Álvares Cabral a nomeou de Vera Cruz.

Os nativos tinham uma pele avermelhada, cabelos escorridos, não usavam roupas e segundo os integrantes dos navios, mostravam uma inocência quanto a estarem nus. Os seus lábios inferiores eram perfurados por um osso branco, de uma maneira que não os prejudicam de comer e beber. Alguns nos primeiros dias, foram convidados a entrar nos navios portugueses, e seus comportamentos evidenciaram uma certa estranheza quanto a comida e animais, como a galinha que havia no local.

Os portugueses com o pouco tempo de convivência, perceberam que os habitantes possuem costumes bem diferentes comparados aos seus. Carregam arco e flecha, não seguem a religião católica, além da língua local que é desconhecida. Eles tiveram curiosidade em relação aos objetos dos integrantes da frota e não apresentaram um comportamento violento.

Segundos os nativos, há ouro no território. Embora não saibam a língua portuguesa, por meio de gestos disseram que há o minério, como também papagaios. Os capitães ainda não identificaram o possível local do ouro e nem onde os índios vivem. Nicolau Coelho, pertecente à frota, foi enviado para conviver com a tribo durantes alguns dias, com o objetivo de entender melhor seus hábitos e costumes.

Os navios viajaram por 43 dias até chegarem a Vera Cruz. Tinham como objetivo inicial, ir aos portos índicos para atar relações comerciais. A rota que seguiram passava pelas Ilhas Canárias, perto da Grã-Canária, além de passar pelo Cabo Verde, que segundo o piloto Pero Escolar, era a Ilha de São Nicolau. Uma das frotas que pertencia a Vasco de Ataíde se perdeu durante o caminho mesmo com o bom tempo, porém, os capitães não conseguiram achá-lo, apesar das tentativas.

Uma missa e uma pregação da história do Evangelho devem ser feitas pelo Padre Frei Henrique e um altar preparado para os próximos dias, com a presença dos nativos que se mostraram pacíficos e receptivos em todos os momentos. As informações foram obtidas através do escrivão Pero Vaz de Caminha que escreveu uma carta ao Rei Dom Manuel I.

Sobre Vera Cruz:
  • Clima temperado
  • Nativos com pele vermelha e pintada, sem o uso de vestimentas
  • Língua desconhecida
  • Há indícios de ouro
Um pouco mais sobre:
  • Pedro Álvares Cabral: navegador português e comandante das frotas que chegaram à Vera Cruz. Nasceu na Beira Baixa, em Portugal no ano de 1467.
  • Pero Vaz de Caminha: escritor nascido na cidade do Porto, em Portugal no ano de 1450. Acompanhou as frotas como escrivão do Rei Dom Manuel I.

Expedição descobre Terra de Vera Cruz

Por Marlisa Amorim

A esquadra de 12 navios, comandada por Pedro Álvares Cabral, deparou-se na quarta-feira (22/04), com terras desconhecidas a 670 léguas a oeste da Ilha de Cabo Verde. A Terra de Vera Cruz, como foi chamada, é habitada por homens e mulheres desprovidos de roupa e fé. Possuidores de uma língua ignorada, são amistosos, festeiros e inocentes.

Segundo descrição de Pero Vaz Caminha, escrivão da expedição, os habitantes da nova terra são pardos, um tanto avermelhados, com bons rostos e narizes, alguns possuem o lábio inferior furado por um osso, cabelos corredios, corpos pintados e trazem arco e flechas junto ao corpo.

Durante o período que ficaram na nova terra, as embarcações portuguesas receberam a visita de alguns nativos. Do mesmo modo que degredados portugueses passaram um tempo entre os habitantes da terra, conhecendo seus usos e costumes. Nessa interação, os nativos trocaram arcos e flechas por sombreiros e carapuças de linho ou por qualquer coisa que alguém desejasse lhes dar.

Nesta nova terra não foi encontrado, a princípio, ouro ou prata, mas há indícios, segundo indicações dos nativos, da presença desses metais na região. A expedição portuguesa mapeou as condições do local e as possibilidades da terra para uma possível exploração.

No domingo (26/04) foi realizada a missa de Páscoa, assistida por todos os integrantes da frota portuguesa e pelos habitantes do local. Uma grande cruz de madeira foi colocada nesta sexta-feira (01/05) após nova missa. Na manhã de hoje (02/05), a expedição regressou a Portugal, deixando para trás dois degredados com a missão de entender a língua e costumes daquele povo.

Características dos habitantes da região:
• Língua: Desconhecida
•Cor da pele: Avermelhada
•Características: Usam arco e flecha e pintam o corpo
•Moradia: Coletivas - casas compridas e largas
•Alimentação: Sementes e frutos
•Religião: Não possuem
•Roupa: Não usam

Portugal conquista novas terras

Por Marina Lins
Terras desconhecidas foram encontradas ontem pela esquadra de Pedro Álvares Cabral. Após 44 dias de viagem, a tripulação lançou âncora a aproximadamente seis léguas da Terra de Vera Cruz, como nomeou o capitão. Hoje pela manhã, Nicolau Coelho desembarcou para fazer contato com os cerca de vinte nativos que estavam na praia, todos nus.

A confirmação da existência de terra veio quando a frota avistou um monte alto e redondo, agora chamado Monte Pascoal. Porém, de acordo com os pilotos, os primeiros indícios apareceram no dia 21, quando ervas botelhos foram vistas no mar. As aves fura-buchos que voavam ao redor também vieram denunciar a presença de Vera Cruz.

Em carta ao rei de Portugal, o escrivão Pero Vaz de Caminha descreveu a terra como “toda chã e muito cheia de arvoredos”. Estipulou que tenha aproximadamente vinte léguas de costa cercada por águas abundantes. “Querendo aproveitá-la, tudo dará nela, por causa das águas que tem”. O clima também foi ressaltado por Caminha como frio e temperado, “de muito bons ares”.

Os nativos se mostraram inofensivos na presença de Nicolau Coelho. Ao receber a ordem do Capitão-mor, o tripulante desembarcou e fez sinal para que os homens da terra colocassem seus arcos e flechas no chão. Foi obedecido. Apesar disso, a comunicação não é fácil, pois eles não entendem o português.

Coelho deu aos nativos um barrete vermelho, uma carapuça de linho e um sombreiro de penas de ave. Em troca, recebeu um ramal grande de continhas brancas. As peças devem ser enviadas ao rei de Portugal, mas não há sinais de ouro.

Os habitantes de Vera Cruz, tanto homens como mulheres, andam inteiramente nus e não parecem sentir vergonha. Segundo Pero Vaz de Caminha, “A inocência desta gente é tal que a de Adão não seria maior, com respeito ao pudor”. São pardos e têm o cabelo bem liso e negro. Alguns têm pinturas por todo o corpo, penas nos cabelos e enfeites como ossos enfiados nos lábios de baixo.


O nome Vera Cruz

O nome Terra de Vera Cruz não foi escolhido por acaso, está repleto de religiosidade. Desde a tomada de Celta em 1415, os portugueses carregam o espírito das cruzadas. O próprio rei D. Manuel I é Grão-Mestre da Ordem de Cristo. Além disso, as embarcações da expedição de Cabral trazem a cruz da Ordem de Cristo em suas velas.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Igreja agradece a Cabral

por Mauro Petti

Portugal ficará mais rico. Uma nova terra foi descoberta pela armada de doze navios comandada pelo Capitão Pedro Álvares Cabral no dia 22 de abril. Batizada de Terra de Vera Cruz, a nova posse portuguesa possui nativos bem receptivos e aparenta ser um bom local para a lavoura. Fica a cerca de 670 léguas a oeste da Ilha de Cabo Verde.

A notícia do descobrimento chegou a Portugal por uma carta de Pero Vaz de Caminha, escrivão da expedição, ao rei Dom Manuel. No dia 21 de abril, a nova terra foi avistada pela primeira vez: um monte, ao qual o comandante da frota deu o nome de Monte Pascoal devido à proximidade com a Páscoa. Serras com grandes arvoredos também foram vistas.

No dia do descobrimento, os comandados do Capitão Cabral foram recebidos por uns 18 ou 20 homens. Todos pardos e nus. A recepção foi amigável e objetos foram trocados entre portugueses e nativos. Estes são descritos por Caminha como seres avermelhados, de bons rostos e narizes e cabelos corredios.

No dia 26 de abril, domingo de Páscoa, o Capitão determinou que uma missa fosse rezada num ilhéu. O Padre Frei Henrique acatou a ordem e todos o ouviram com muito prazer e devoção segundo Caminha. Enquanto isso, os nativos folgavam na praia. Mas no primeiro dia de maio, estes agiram de forma diferente enquanto outra missa foi realizada. Cerca de cinquenta a sessenta deles acompanharam a cerimônia e repetiram os gestos dos portugueses, como se ajoelhar e alçar as mãos.

Caminha acredita que os nativos da nova terra não possuem uma adoração. Por isso, seria fácil convertê-los ao Cristianismo. “o melhor fruto que dela (Terra de Vera Cruz) se pode tirar me parece que será salvar esta gente.”, completou o escrivão da expedição.

Ao partir da nova possessão portuguesa, a frota de Cabral não tinha achado nenhum metal precioso. A impressão que ficou é que o sertão é muito grande, pois, olhando do mar, só se vê terra com arvoredos. As águas infindas parecem indicar que a maior riqueza, além dos nativos, virá da lavoura porque, segundo Caminha, “querendo aproveitá-la (terra), tudo dará nela.”.

Um pouco de Pero Vaz de Caminha
  1. Nasceu em Porto, Portugal, 1450;
  2. foi um escritor que se notabilizou como escrivão da armada que descobriu o Brasil;
  3. por exercitar a prática e desenvolver o conhecimento da escrita, distinguiu-se a serviço dos monarcas portugueses;
  4. em 1476, herdou do pai o cargo de Mestre da Balança da Moeda;
  5. em 1497, foi eleito vereador da Câmara Municipal do Porto;
  6. teria morrido em 1500, em combate durante um ataque muçulmano à feitoria de Calecute.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Descoberta de novas terras traz novas propriedades à Portugal

por Yasmin Narcizo
O navegante português Pedro Álvares Cabral atracou, no dia 22 desse mês, em terras desconhecidas a cerca de 670 léguas a oeste da ilha de Cabo Verde. Comandante da esquadra de 12 navios que garantiu essa descoberta para Portugal, Cabral nomeou a nova posse do rei Dom Manuel de Terra de Vera Cruz. Para a surpresa da tripulação, o lugar já era habitado.
Segundo carta enviada das novas terras por Pero Vaz de Caminha, escrivão da expedição, ao rei, a terra é povoada por homens pardos e que andam nus. “A inocência desta gente é tal que a de Adão não seria maior, com repeito ao pudor”, ele contou. Os habitantes de Vera Cruz usam arcos e flechas e enfeites de penas de animais, além de não falar nenhuma língua ocnhecida, ainda de acordo com a carta.
Como se essas diferenças entre portugueses e os novos súditos de Portugal não fossem suficientes, de acordo com investigações feitas pelos marinheiros a mando de seu capitão, eles têm um estilo de vida muito diferente: moram em casas compridas e altas (para que caibam muitas pessoas) feitas de madeira e palha, não criam animais ou lavram, só se alimentando das sementes e frutos que nascem da terra e das árvores.
Caminha também afirmou que a convivência com os nativos melhorou, depois de um início com flechas apontadas e ações esquivas. Passados quatro dias da chegada dos navios portugueses, o clima no local já era bem diferente: “já muito poucos traziam arcos e flechas. De início, mantiveram-se um pouco afastados, para depois, pouco a pouco, misturarem-se conosco”, falou o escrivão.
Os vera-cruzenses também se sentiram à vontade, desde o início das aproximações, a realizarem trocas com os potugueses – enquanto os nativos se interessavam por sombreiros e carapuças de linho, os lusitanos ganhavam arcos, flechas e contas. No convívio com eles, a tripulação não conseguiu encontrar sinais de que adorem qualquer religião, o que seria compatível com os ideais de Dom Manuel de levar o catolicismo aos povos.
Caminha elogiou bastante a terra recém-descoberta, inclusive a chamando de “graciosa” e “pousada para a navegação de Calicute”. Veja as características desse lugar no quadro abaixo.

Características da nova descoberta de Portugal:
A terra: Possui cerca de 25 léguas de costa, com praias de ponta a ponta, terra plana e formosa. “Querendo aproveitá-la, tudo dará nela”, segundo Caminha.
Metais: Até o momento não se pode afirmar se possui ou não ouro, prata, metal ou ferro.
Ares: frios e temperados.
Águas: vastas, abundantes.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Sem dinheiro se viaja


Viajar sem dinheiro é uma arte para poucos. Aventureiro, cabeça aberta, corajoso e simples: se você se encaixa nesse perfil, saiba que o Brasil tem um oceano de cultura e belezas a oferecer. A possibilidade de gastar pouquíssimo dinheiro é surpreendente. Saiba como atravessar o Brasil em um mês gastando apenas mil reais.


Antes de tudo, fique atento ao que se deve levar. Uma mochila leve e prática, de preferência anatômica e acompanhada de saco de dormir é o primeiro passo. Pouco peso é fundamental, portanto, nada de carregar o armário dentro da mochila! As necessidades diárias de troca de roupa se resolvem com sabão em pó. Procure levar a quantidade usada no período de uma semana e lavar periodicamente.


Quanto à acomodação, você terá um fiel companheiro: o colchonete. Naturalmente, mil reais não sustentam hotéis por um mês. Na verdade, não sustentam nem por um dia. Por isso deve-se buscar meios alternativos de estadia. Fique atento às agências de intercâmbio, que oferecem estadia gratuita em casas voluntárias. Em casos de emergência, procure um albergue. Se você curte a vida mais natural, carregue uma barraca.


Locomoção deve ser feita com cautela. Alternativas de baixo custo podem ser perigosas. Dê uma olhada nas caravanas organizadas por comunidades religiosas ou escolares, pois garantem segurança e muitas vezes incluem estadia, além de serem baratas. Outra opção, aderida por muitos mochileiros, são as carona. Ao longo do percurso elas podem ser concedidas com muita freqüência, principalmente por caminhoneiros.


Sua alimentação não pode fugir do trivial. Freqüentar supermercados e cozinhar, além de poupar dinheiro, evita intoxicações alimentares. Esqueça os restaurantes, eles não cabem no seu bolso. Luxos são impossíveis em viagens como essa.


Por se tratar de uma aventura, recomendamos fazê-la no verão. Alta temporada garante movimento e, por conseguinte, segurança. Uma rota sempre interessante é o litoral do Rio ao Nordeste do País, pois além de linda, é quente. Culturas, biotipos e sotaques mudam na medida em que se sobe. Você terá acesso às múltiplas faces do mesmo Brasil.


Onde ficar:


Para os mais aventureiros, o Hospitality Club pode ser uma ótima opção. Através de contato on line, você poderá se hospedar gratuitamente em casas voluntárias do mundo todo. Em retribuição, você também deverá receber turistas em sua casa. O site contém uma lista de todos os países que contém membros do clube, bem como uma sala de bate-papo exclusiva. Cheque www.hospitalityclub.org/.


Para os menos aventureiros, apresentamos os hostels ou albergues da juventude, que são uma alternativa barata de estadia. Pode-se escolher quartos individuais, mas a maioria prioriza os quartos compartilhados, cujo número de pessoas varia. Para preços, endereços e afins, cheque o site http://www.hihostels.com/.


Acampar é sempre uma boa opção, sobretudo porque no verão, ou em qualquer época do ano no Nordeste, será bastante difícil encontrar chuvas. Para conhecer os melhores locais de camping em todo o país, acesse http: //www.macamp.com.br/.


Não deixe de conhecer:


É recomendável que você mesmo monte sua rota. Preparamos apenas algumas sugestões para inspirar sua criatividade. Para conhecer todas as praias do Brasil, acesse http://www.destinolitoral.com/.


Castelhanos/ ES - Praia paradisíaca formada por corais. Uma das mais lindas do Espírito Santo. Costuma ser deserta em baixas temporadas.


Itacaré/ BA - Ideal para quem curte um bom visual, tranquilidade e eco aventura. Foge do tradicional passeio à Bahia (por um instante não a resumimos a Salvador e Porto Seguro!!!).


Jericoacoara/ CE - Eleita uma das dez praias mais lindas do mundo, Jeri é encantadora e inesquecível. Não há lugar mais próximo ao paraíso. Pôr do Sol mais colorido do mundo. Não deixe de fazer os passeios de buggie e conhecer a lagoa azul. P

ara mais informações, consulte http://www.portaljericoacoara.com.br/.


Canyon de Xingó/ SE e AL - Fronteira e

ntre os dois estados, é composto por lagoas de água salgada e cristalina. Ideal para mergulhos e passeios de barco.


O que comprar gastando pouco:


Água de côco no Nordeste custa 50 centavos e é ideal para sua hidratação, principalmente por causa do calor.


Artesanato com areia: Lindo e barato, um presente ideal. Leve presente apenas para sua mãe, caso contrário, mil reais não durarão nem uma semana. As menores custam apenas 1 real.


Não compre: Acarajé de rua ou praia, frutos do mar vendidos na praia, camisas escrito “Bahia” (além de serem cafonas, elas custam caro!). E quando for à Bahia, esqueça os abadás, pois não cabem no seu bolso.


Como ir:


Fique atento às caravanas escolares ou de comunidades religiosas. Os luteranos, por exemplo, organizam a cada dois anos um congresso nacional de Jovens. São pessoas divertidas e honestas. A segurança é garantida. Informações sobre datas e contato com líderes de caravanas em http://www.jelb.org.br/html/.


Existe uma central de caronas para mochileiros. Por meio desse site você pode entrar em contato com pessoas dispostas a dar carona ou dividir o combustível. http://www.mochileiros.com/central-de-caronas-f39.html.







Bariloche



Enquanto os argentinos lotam as praias de Búzios, os brasileiros estão invadindo cada vez mais San Carlo de Bariloche. Essa cidadezinha da Patagônia tem sido o destino de todos aqueles que querem entrar em contato com a neve sem gastar muito dinheiro. E tem superado as expectativas.


Logo ao chegar, a paisagem chama a atenção dos visitantes pela beleza das montanhas cobertas pela neve e dos lagos. O centro da cidade com seus prédios em estilo medieval são a primeira parada para tirar fotos. Os cachorros da raça São Bernardo – símbolo de Bariloche – são encontrados por todo o centro Cívico e não é raro ter que pagar 5 pesos para tirar uma foto com eles.


A rua Mitre, a principal, é um passeio obrigatório. Repleta de lojas de lembranças para turistas, casacos, artigos de esqui, chocolates, alfajores e lanchonetes. Aliás, chocolate é o que não falta. Por isso mesmo algumas fábricas de chocolate abrem para visitas.


Para curtir a neve, são várias as opções. No parque Piedras Blancas é possível fazer esquibunda e nos Cerros Catedral e Tronador praticar esqui e snowboard em altas montanhas. O rafting é outra alternativa para quem procura por mais aventura.


Á noite, depois dos tombos do esqui e das temperaturas abaixo de 0º mesmo com o céu azul, a diversão continua nas inúmeras boates que lotam de jovens atrás de música e bebida. Rocket e Cerebro são algumas delas, onde até música brasileira toca. Para quem prefere algo mais calmo, o restaurante Família Weiss é uma boa alternativa.


Com tantas opções, não é a toa que Bariloche tem sido o destino de tantos brasileiros.


Onde ficar:

São muitas as opções de hotéis e pousadas em Bariloche. Dos mais simples aos mais luxuosos. Uma opção barata e aconchegante é o RucaCheli Village Ski Hotel.

Mais informações em: http://www.rucacheli.com.ar


Quando ir:

A época mais procurada é o inverno, entre os meses de junho e agosto. Nesse período não faltará neve.


Vida noturna:

As boates da cidade abrem diariamente nas férias e as músicas vão até de manhã.

Cerebro Discotheque - http://www.cerebro.com.ar

Rocket - http://www.rocket.com


Passeios:

Esqui e snowboard no Cerro Catedral: http://www.catedralaltapatagonia.com

Piedras Blancas: http://www.piedrasblancasbariloche.com


Obrigação de ser feliz




por Ana Paula Mansur

Esquecer dos problemas, quebrar a rotina, ter novas experiências, até mesmo viver outra vida, ainda que apenas por alguns dias, é o que se espera quando se planeja uma viagem de férias. Existe um lugar onde tudo isso é possível e vai além. Na Walt Disney World, não apenas se deixam as preocupações de lado, mas, como num passe de mágica, se mergulha em um mundo de fantasia, onde todos os sonhos se tornam realidade. A magia dos personagens dos desenhos salta dos livros infantis e das telas do cinema e resgata em todos seus visitantes a mais sincera felicidade, que se pensava ser privilégio apenas das crianças.
A primeira emoção ao entrar em um parque é encontrar reunidos todos seus heróis de infância e os cenários que ficaram marcados na memória. Já imaginou pedir um autógrafo do Pato Donald, dar um abraço no Ursinho Pooh e fazer uma vistinha à casa do Mickey Mouse? E mais, entrar no castelo da Cinderela, assistir ao espetáculo da Bela e a Fera, andar na bicicleta do E.T? Pois é, na Disney tudo isso é possível.
O “voltar a ser criança”, um dos lemas desta terra de magia, não necessariamente acontece apenas pelas memórias de infância. Com seu complexo de cinco parques, há atrações para todos os gostos e idades, e é isso que desperta o sentimento. O mais famoso e antigo deles é o Magic Kingdom, que costuma ser o primeiro a ser visitado e já é a prova da diversidade dentro deste mundo mágico, por ser divido em áreas temáticas, cujos nomes já direcionam o público para a atração preferida. Assim, as crianças de idade ou espírito podem se deliciar na Fantasy Island, fazendo um vôo junto com Dumbo ou andar na xícara maluca de “Alice no País das Maravilhas”, enquanto os mais aventureiros podem curtir a adrenalina na Adventure Island, experimentando uma queda d´agua numa descida radical no Splash Mountain ou mesmo sentir a emoção de andar numa montanha-russa no escuro na famosa Space Mountain.
Para quem gosta de ficção científica e cenários futuristas, o Epcot é o lugar certo. O parque foi construído com a idéia de ser um protótipo da cidade do futuro, utilizando todas as tecnologias mais recentes na época. Há atrações educativas, mas sempre com uma abordagem muito inovadora, como o Spaceship Earth Ride, que através de cenários muito reais e de uma forma bastante didática, mostra a evolução do homem. Como não podia faltar, também há brinquedos radicais, que a misturam a ciência com a aventura, como Test Track, em que o visitante participa de um teste de velocidade de um carro, pilotando um veículo que atinge 110 km/h, mas, por sua aerodinâmica, a sensação é de que se está ultrapassando os 200 km/h.
Agora se sua paixão é o cinema, a Disney também é o seu lugar. No Disney Hollywood Studios (antigo MGM), é possível ver cenas clássicas de filmes, descobrir um pouco sobre os bastidores da produção e ainda desfrutar de atrações que farão você sentir como se tivesse entrado na telona. Algumas das atrações imperdíveis são o espetáculo Indiana Jones Epic Spetacular, que reproduz com fidelidade algumas das cenas deste clássico cinematográfico e a Torre do Terror, uma queda de 13 andares de um elevador em um cenário assustador, tamanha sua perfeição.
Já o Animal Kingdom é totalmente diferente dos outros. No maior parque do complexo, há uma mistura imperdível entre o reino animal e a magia Disney, resultando na criação de aventuras incríveis, desde a simulação de um safári até uma montanha-russa no Himalaia. Os amantes de animais não apenas aprendem e convivem com os bichos terrestres. No Sea World, o visitante se diverte com os shows e as brincadeiras das orcas e pode ver de perto seres marinhos dignos de documentários de Jacques Cousteau, como raias e tubarões.
Para quem gosta de se molhar, no verão não se pode deixar de visitar os dois parques aquáticos, o Typhoon Lagoon e o Blizzard Beach. O primeiro é mais relaxante com simulações de praias do caribe, tobogãs menos íngrimes, ideal para um dia de descanso. Já o Blizzard Beach testa a coragem até dos mais bravos, abrigando o maior descida dos Estados Unidos, onde se atinge 100 km/h na descida, uma emoção inesquecível.
Para viver um dia inteiro de adrenalina, vale a pena aproveitar a ida a Orlando e passar em uma cidade próxima, Tampa Bay. Lá está o Busch Gardens, um parque que não pertence ao Complexo Disney, mas a aventura é a mesma. Seu grande atrativo é ter apenas montanhas-russas, das mais simples às mais radicais. Imperdível para quem é viciado em testar os limites da gravidade.
Como seu próprio nome diz, a Walt Disney World é, de fato, um mundo, com atrações para todas as personalidades e idades. É o único lugar onde é possível em um mesmo dia fazer carinho em uma orca e viver fortes emoções na montanha-russa mais radical. Não importa a atividade, neste universo de magia, só há uma lei: ser feliz.

Serviços:

Como chegar:Para um dos mais famosos destinos do mundo o que não faltam são pacotes de viagem e opções de pagamento. Os preços variam de acordo com a temporada e a estadia. No inverno nos Estados Unidos, que corresponde às ferias de verão brasileiras, e em feriados como a Semana Santa e o Carnaval, os custos costumam ser reduzidos. Uma boa dica é contactar a empresa Stella Barros Turismo, que há 40 anos realiza este roteiro e oferece muitas opções. Os preços costumam ser a partir de US$ 2.700, 00 por pessoa e incluem hospedagem em hotel, passagem, ingresso e transporte para os parques, além de tour de compras. Para maiores informações, acesse www.stellabarros.com.br ou ligue para 4003-3099.

Onde ficar: O ideal é sempre optar por um hotel próximo aos parques ou dentro do próprio complexo Disney. Hospedar-se em locais distantes pelo menor preço acabam tornando-se mais caros e cansativos pelos gastos com transporte e possíveis engarrafamentos. Se você quer gastar pouco, uma boa dica é consultar o site www.booking.com, que disponibiliza ofertas relâmpago para hotéis próximos a Disney e a preços acessíveis, sem abrir mão de conforto, partindo de US$ 55 per capta. Se você deseja hospedar-se dentro do complexo, há muitas vantagens, como estacionamento gratuito nos parques, a abertura antecipada dos mesmos e fazer refeições com os personagens. Há desde os mais econômicos, de 3 estrelas até os mais luxuosos, de 5 estrelas. Todos eles são temáticos e oferecem serviços de qualidade, vale a pena conferir.

Melhor época para ir: Se você deseja visitar também os parques aquáticos, deve ir durante o verão norte-americano, que corresponde às férias de inverno brasileiras. O problema é que essa é a época mais cheia dos parques e os preços são mais elevados. Por isso, se você quer gastar pouco, o ideal é planejar a viagem para o início do ano, durante o inverno nos Estados Unidos.
Dentro dos parques: Os parques Disney estão equipados com completa infra-estrutura e funcionários muito bem treinados. Ainda assim, para tornar sua viagem ainda mais mágica, alguns cuidados e dicas são aconselháveis:

Disney Fastpass: Possibilita evitar as longas filas comuns na alta temporada. Nas atrações mais procuradas, há um caixa automático em que você insere seu ticket do parque e recebe uma senha com hora marcada para retornar ao brinquedo. Assim você pode curtir outras atrações e retornar no horário marcado.
Ingressos: Lembre-se sempre de guardar seu ingresso e ter sua mão carimbada se desejar sair do parque para retornar mais tarde.
Estacionamento: Primeiro estaciona-se o carro e depois se pega o trenzinho até o parque. Memorize onde parou, pois os estacionamentos são muito extensos.
No verão: O calor é muito forte em Orlando. Compre um mini-ventilador movido à pilha que esborrifa água. São vendidos na entrada dos parques ou no Wal –Mart, a US$8. Parece besteira, mas eles fazem muita diferença.
Se chover: Não vá embora imediatamente. As chuvas costumam ser breves e o parque esvazia muito. Caso ela persista, compre uma capa-de-chuva, custa US$ 6 e ainda tem o Mickey estampado.
Alugue um carrinho: Caso esteja acompanhado de crianças pequenas, alugue um carrinho, pois as distâncias são enormes nos parques. Para ir a uma atração, é só deixá-lo estacionado na entrada de um brinquedo e pegá-lo na saída.

A cidade do ar puro

Quem já foi à Natal sabe: há algo inexplicável em sua atmosfera. Além das praias dunas, recifes e falésias, na Cidade do Sol é onde se respira o ar mais puro das Américas, fruto do segundo maior parque florestal urbano do país. Com praias exuberantes ao longo da costa - a mais movimentada é a Praia de Ponta Negra - , a cidade oferece lazer para todos os tipos de visitantes. Limpeza urbana, arquitetura colonial e canteiros ajardinados fazem da cidade uma das mais belas do Brasil. No verão, Natal simplesmente ferve com turistas do mundo todo.

Quatro praias compõe a orla marítima central: Areia Preta, Praia dos Artistas, do Meio e do Forte, que podem ser apreciadas do alto da Ladeira do Sol. Na praia do Forte está a Fortaleza dos Reis Magos, principal monumento histórico-cultural da cidade que parece preservar com suas formas a mansidão do mar, tornando a enseada ideal para o banho. A mais concorrida, badalada e turística praia potiguar é Ponta Negra, e também o principal point da noite da cidade. Em Ponta Negra está o famoso Morro do Careca. A praia da Redinha completa o circuito litorâneo de Natal, onde não se pode deixar de degustar uma tapioca com ginga no tradicional Mercado da Redinha.

Mas não é só de praias que vive Natal. O Parque das Dunas, o segundo maior parque urbano do país, é um programa que vem sendo progressivamente adotado pelos turistas. Nele há duas trilhas, pista para caminhadas e várias alternativas de lazer para crianças e adultos. A carne de sol, a paçoca de pilão, o queijo de manteiga, e os pratos feitos a base de frutos do mar são alguns deliciosos pratos da culinária potiguar que traduz a criatividade do seu povo. Natal é , sem dúvida, uma cidade mágica, que alia o calor humano à rica oferta dos atrativos para encantar uma legião de admiradores.

Quando ir?

É consenso que o verão é a melhor época para se conhecer a cidade. Mas, como em Natal é sol e calor o ano inteiro, as praias são sempre boas opções para qualquer estação. Evite apenas o período de chuvas, que vai de abril a junho.

Onde Ficar?

Para quem economizar sem perder as belezas da cidade, hospedar-se no Albergue da Costa é a melhor opção. Além de quartos confortáveis, piscina e redes preguiçosas, o albergue oferece ainda passeios exclusivos de Buggie para o litoral sul e norte de Natal. Bem localizado (na praia de Ponta Negra), o albergue é um dos mais disputados da região, por isso é bom reservar com antecedência. Site: http://www.alberguedacosta.com.br/.

Onde comer?

É em Ponta Negra onde se concentra grande parte dos restaurantes de Natal. Embora os pratos à base de frutos do mar – destaque para moquecas e paellas servidas no Moqueca Capixaba e Samô - encham os olhos de qualquer turista, vale a pena experimentar as delícias típicas da culinária local. No cardápio de estabelecimentos como Camarões Potiguar, Paçoca de Pilão e Tábua de Carne, as estrelas são a carne-de-sol, a macaxeira frita ou cozida, o feijão verde,e o arroz de leite.

Não deixe de conferir

É impossível visitar Natal sem o famoso passeio sobre as dunas. Os "bugueiros" - motoristas profissionais para realizar os passeios - perguntam sempre se os visitantes querem fazer o tour com ou sem emoção. Os que escolherem a primeira opção devem se preparar para vários mergulhos de quase 90 graus em gigantescas dunas, garantindo diversão e adrenalina.