terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Caminho das pedras para ser um jornalista 2.0

Caríssimos, aqui vão todos os links (e mais alguns) que abordei na aula de história da imprensa e que podem ser úteis para todos. Estudá-los (e inscreverem-se nas newsletters do Poynter Institute e da Knight Foundation) pode ser um programa de férias muiiiiiito proveitoso para a carreira de vocês.


Vídeo introdutório (imperdível)

http://www.youtube.com/watch?v=sIFYPQjYhv8

Jornalismo 2.0 (fonte: livro Grown up digital, Dan Tapscott)

· Jovens leitores não aceitam pagar por informação

· Jovens leitores não aceitam esperar até o dia seguinte para se informar

· Jovens leitores querem interatividade, participar e discutir as pautas dos jornais e revistas

· Cresce o jornalismo cidadão – a fonte ganha voz e divulga seu próprio texto/fotografia

· Diferenças entre TV, rádio, txt e web vão desaparecer

Jornalista multimídia - habilidades que serão exigidas

  • Conhecimento das técnicas da reportagem assistida por computador (RAC - ver mais abaixo)
  • Domínio do texto noticioso
  • Possuir um blog e escrever de forma não padronizada neste blog
  • Comunicar-se e informar-se por twitter
  • Saber fotografar e usar photoshop
  • Saber produzir e inserir um posdcast
  • Dominar as técnicas de videofilmagem/videoedição/vídeoapresentação
  • Saber usar os programas de diagramação
  • Conhecimentos básicos de design de site/saber montar um
  • Familiaridade com mídias e marketing social/saber divulgar seu produto: a notícia
  • empreendedorismo/inovação/capacidade de montar sua própria empresa/criar ou usar formas de ganhar dinheiro na web

Ver edição da Plug, revista do Curso Abril de Jornalismo, sobre como será o repórter 2.0

http://issuu.com/plug/docs/plug2009

Ver cópia do manual de redação do Huffington Post (pasta do curso na xerox)

Ver novas habilidades que serão exigidas para o jornalista –

http://mashable.com/2009/12/09/future-journalist/

http://mashable.com/2009/06/19/teaching-social-media/

http://knightcenter.utexas.edu/blog/?q=en/node/5955

http://www.slideshare.net/jdlasica/the-new-journalist-in-the-age-of-social-media

http://www.fastcompany.com/blog/kit-eaton/technomix/blogging-dead-long-live-journalism]

Manuais de redação em mídias sociais para jornalistas

http://mashable.com/2009/09/18/facebook-journalism-columbia/

http://mashable.com/2009/11/11/twitter-media-landscape/

http://mashable.com/2009/08/03/facebook-journalism/

http://mashable.com/2009/05/14/twitter-journalism/

http://mashable.com/2009/11/17/youtube-direct/

Aprendizagem

  • RAC – Reportagem assistida por computador

http://www.slideshare.net/cintiaenathalia/trabalho-rac

http://toledol.com.br/about/

O Centro Knight para o Jornalismo nas Américas todo ano abre o processo de seleção para o curso gratuito Introdução à Reportagem com Auxílio do Computador (RAC). O treinamento é ministrado pelo coordenador de cursos e projetos da Associação Brasileira de Jornalistas Investigativos (Abraji), José Roberto de Toledo, que também ministras aulas presenciais (informar-se no blog dele e no site da Abraji.

O curso tem duração de quatro semanas intensivas e os participantes dedicam em média 10 horas semanais a ele. São vistos tópicos como técnicas de pesquisa na Internet, como utilizar melhor as capacidades de ferramentas de pesquisa, uso de planilhas eletrônicas aplicadas ao jornalimo, organização, filtragem e cálculo de dados, introdução ao banco de dados e a ferramentas gratuitas e pagas. É esperado que os participantes façam exercícios semanais sobre os tópicos do curso e participem de discussões em fóruns. Para participar, é necessário também ter acesso à internet com boa conexão e ao programa Excel.

Knight Foundation

http://knightcenter.utexas.edu/blog/?q=pt-br/node/4915

  • Poynter Institute

http://www.cyberjournalist.net/starting-your-news-website-a-checklist-for-students-and-mid-career-beginners/

Ferramentas para montar seu site de notícias

Starting your news website: A checklist for students and mid-career beginners

Here is a check-list of technical tools that you’ll need to get a basic, one-person news site on the Web, to lay a foundation for future expansion and success:

Links importantes

  • ohmynews - jornal coreano totalmente feito por amadores

  • Sports Ilustrated (como serão as revistas no futuro próximo)

http://www.youtube.com/watch?v=ntyXvLnxyXk&feature=player_embedded

  • Site Rio Show

http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2009/12/10/rio-show-estreia-novo-site-915146198.asp

  • Comunidade O livreiro
  • Eu Repórter/O Globo


Política

  • Blog do Noblat

  • www.mybarakobama.com

  • Site do grupo Jewish for Peace

Novidades que ainda estão pintando na área

Realidade aumentada

http://mashable.com/2009/11/09/esquire-augmented-reality-2/

http://www.fastcompany.com/magazine/140/augmented-reality-swoops-in.html?page=0,1&partner=homepage_newsletter

UStream Live (http://www.ustream.tv/discovery/live/all): essa é uma plataforma de exibição de vídeo, mas a novidade é que agora, é possível transmitir sua vida ao vivo, a partir de uma webcam ou do iPhone. Vc está em qualquer lugar e quer mostrar o que está fazendo, ao vivo, para todo mundo. Pode fazer isso. Cada usuário vira um broadcaster, transmitindo ao vivo o que quiser. A transmissão é acessável através de um link que o usuário manda para os outros. Na página do UStream Live há integração com ferramentas de rede social, para compartilhar o que está sendo exibido. Vi alguns vídeos lá, ao vivo. As TVs estão no UStream, mas o mais interessante, evidentemente, é ver o que pessoas comuns estão fazendo dentro do UStream.

- Living Stories: essa é uma novidade que está no Google Labs. A gente está pesquisando literatura, mas a questão da narrativa está na ordem do dia de todo mundo, inclusive dos jornais e do Google, que fizeram essa parceria no Labs. Em parceria com o NYT e o Washington Post, o Google criou um produto para narrar histórias na web, porque o que está disponível hoje nos sites de informação, em geral, é a notícia contada do mesmo jeito que estaria no jornal, apenas com uns hiperlinks que a tornam um pouco mais atraente. Um jeito de narrar na web não foi encontrado ainda. Nesse sentido, essa parceria tenta apontar para um formato de "escrita" na web, um formato de contar histórias na rede, de um jeito que a rede comporta e que o jornal, não.

http://oglobo.globo.com/tecnologia/mat/2009/12/09/google-new-york-times-washington-post-querem-renovar-forma-de-apresentacao-de-noticias-online-915119247.asp

- Web 3.0 em 3D

If Web 1.0 was all about companies selling stuff to you, and Web 2.0 is about information sharing and user-participation, then what's Web 3.0 going to be? It might be a whole new angle on browsing, for one: In three dimensions.

You're probably reading this Web page on a flat screen. The text and graphics of the site are pretty much like a digital magazine with linear flowing text that shapes around embedded photos and flat-rendered imagery distributed around the page. And just about any page you surf off to elsewhere on the Web will have pretty much the same format. Yet when the work day is over and you boot up World of Warcraft (or pretty much any modern game) you immerse yourself in a rich graphical environment that is more visual than text-based, and has representative 3-D image rendering. Why isn't the Web experience a bit more like this? Well, it might be one day soon.

http://www.fastcompany.com/blog/kit-eaton/technomix/todays-vision-tomorrow-web-30-3-d

-Jornalistas substituídos por algorítimos

http://www.fastcompany.com/blog/kit-eaton/technomix/automated-aol-news-heralding-future-online-news-writing?partner=homepage_newsletter

Google wave

http://mashable.com/2009/11/22/news-media-google-wave/


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

"Lula molestou companheiro de cela", afirma César Benjamin

Nem todo mundo consegue agüentar ficar preso sem fazer sexo. Segundo César Benjamin, co-fundador do Partido dos trabalhadores (PT), o presidente Luís Inácio Lula da Silva é uma das pessoas que não consegue se controlar. “Ele contou que ficou só um mês na prisão, mas não agüentou e agarrou um companheiro de cela”, confidencia Benjamin. Lula teria tentado molestar o outro detento, um menor de idade militante do Movimento estudantil operário, quando foi preso pela ditadura militar.

De acordo com Benjamin, a história foi contada na década de 80, quando Lula já era presidente do partido. Além deles, ainda estariam presentes o cineasta Silvio Tendler e um publicitário estrangeiro, que não entendeu o que era dito na conversa.

O ex-membro continuou alfinetando Lula e seus companheiros. “Ele não foi torturado”, acrescenta, afirmando que ninguém contou nada antes por ter dívida de gratidão com o atual presidente do Brasil. E mais. “Quando se luta contra a direita, não deve atacar os amigos da esquerda.”

Benjamin justificou-se, contando que não falou antes sobre o assunto por respeito à amizade que ele tinha com Lula. “Agora eu me sinto traído em meus ideais e não revelar essa história dói na minha consciência”, confessa. Ele ainda usou a ocasião para criticar a posição atual do partido, justificando a sua saída em 1995. Para ele, o PT anda muito preocupado com cargos e em fazer acordos e deixou os ideais da esquerda brasileira de lado.

“Lula agarrou um companheiro de cela menor de idade”

Por Nicolas Mileli

Legenda: César Benjamin conta memórias não-autorizadas de Lula

César Benjamin foi co-fundador do Partido dos Trabalhadores, PT, em 1980, após voltar, em 1979, de um período de exílio que durou 3 anos. Após coordenar a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva para presidente em 1989, deixou o partido em 1995.

Em 2004 filiou-se ao recém criado Partido Socialismo e Liberdade (Psol), pelo qual concorreu a vice-presidência em 2006, na chapa da Heloísa Helena. No mesmo ano, Benjamin desfiliou-se do partido após discordar de decisões internas do partido. Ele hoje é editor da Editora Contraponto, que fundou na década de 90, e trabalha como colunista da Folha de São Paulo.

Como foi a sua saída do PT?

Fiquei muito desiludido com o partido e agora quero contar coisas que eu nunca contei sobre a história da esquerda brasileira.

O que aconteceu que lhe fez sair do partido?

O jeito como o PT trata seus fiéis seguidores e seu trato com o poder. Só está interessado em cargos e acordos. Ideais da esquerda brasileira foram deixados de lado.

Tem algum motivo pessoal para a sua mágoa?

Não. Só político.

Como era a sua relação com o Lula ao longo dos anos que vocês conviveram?

Fui o melhor amigo do Lula, a ponto de ter escondido todos esses anos algumas de suas falhas mais graves. Mas, agora que eu me sinto traído em meus ideais, eu estou disposto a contar.

Quais falhas?

O que eu nunca esqueci foi quando eu tinha 16 anos e estava na prisão sendo torturado e vendo meus companheiros serem torturados. Muito tempo depois, já quando era líder do PT, Lula veio me contar sua memória da prisão. Ele não foi torturado, e, pelo contrário, até riu de um episódio que qualquer um teria vergonha.

Quando aconteceu isso? Que episódio foi esse?

Foi por volta dos anos 80. Ele me perguntou como eu consegui passar tanto tempo sem b***. Eu falei que não tinha como, afinal estávamos presos e sendo torturados. Ele contou que ficou só um mês na prisão, mas não agüentou e agarrou um companheiro de cela.

E ele molestou esse companheiro?

Pelo que ele me contou, sim. Ele disse que era um menor de idade e militante do MEP (Movimento Estudantil Operário).

Sabe o nome?

Não, mas não é difícil apurar nos inquéritos.

Tinha testemunhas?

Sim, duas. O cineasta Silvio Tendler e um publicitário estrangeiro.

Por que ninguém falou nada?

Todos têm dívida de gratidão com o Lula e, quando se luta contra a direita, não deve atacar os amigos da esquerda.

O que te motivou a contar essa história só agora, mais de 30 anos depois dela ter acontecido e cerca de 10 anos depois de sua saída do PT?

Eu nunca esqueci essa história e não revela-la dói na minha consciência. Hoje eu acordei disposto a acertar contas com o passado e também fazer com que as pessoas conheçam quem é verdadeiramente Luís Inácio Lula da Silva


  • Todos têm dívida de gratidão com o Lula e, quando se luta contra a direita, não deve atacar os amigos da esquerda.
  • Fui o melhor amigo do Lula, a ponto de ter escondido todos esses anos algumas de suas falhas mais graves.

Lula é acusado de molestar companheiro de cela durante a ditadura

César Benjamin, co-fundador do Partido dos Trabalhadores (PT) e desfiliado em 1995, acusou Luís Inácio Lula da Silva de ter molestado um companheiro de cela menor de idade na prisão, durante a ditadura. Segundo Benjamin, o próprio presidente teria contado essa história para ele em um jantar nos anos 80. Trinta anos depois, o ex-petista decidiu “acertar as contas com o passado” e denunciar Lula.

“Ele me perguntou como consegui passar tanto tempo preso sem transar”, contou, “e eu falei que não tinha como, eu e meus companheiros estávamos presos sendo torturados”. Em seguida, de acordo com Benjamin, Lula teria dito que não agüentou, mesmo tendo ficado apenas 30 dias preso, e molestou um companheiro de cela. “Era um menor de idade que era militante do MEP (Movimento Estudantil Planetário)”, afirmou o ex-petista, sem lembrar nomes.

Benjamin alegou que havia duas testemunhas no jantar: o cineasta Sílvio Tendler e um publicitário estrangeiro. “Ninguém contou porque todo mundo tem dívidas de gratidão com o Lula e, quando se está lutando contra a direita, não se pode atacar seus amigos de esquerda.” Decepcionado com o presidente, que afirma ter sido seu melhor amigo, o ex-petista dispara: “a esquerda no Brasil foi para o beleléu”.

Mesmo tendo saído do PT há 14 anos, Benjamin decidiu revelar a história agora, nas vésperas da eleição de 2010 e meses antes do lançamento da cinebiografia do presidente – “Lula, o filho do Brasil” –, que não inclui o fato. “Hoje acordei disposto a acertar contas com o passado e fazer com que as pessoas conheçam quem é verdadeiramente Luís Inácio Lula da Silva.”

Preso aos 17 anos, Benjamin foi torturado e se exilou na Suécia. Coordenou a campanha de Lula em 1989 e, desiludido, abandonou o partido seis anos depois. “O jeito que o PT está se apropriando do poder e tratando seus mais fiéis seguidores, só está interessado em cargos e apoios.” De 2004 a 2006, o ex-petista foi filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (Psol). Hoje, trabalha na Editora Contraponto e é colunista da Folha de São Paulo.

“Lula não agüentou e acabou com um companheiro de cela”

César Benjamin, co-fundador do Partido dos Trabalhadores (PT) e desfiliado em 1995, acusou Luís Inácio Lula da Silva de ter molestado um companheiro de cela menor de idade na prisão, durante a ditadura. Segundo Benjamin, o próprio presidente teria contado essa história para ele em um jantar nos anos 80. Trinta anos depois, o ex-petista decidiu “acertar as contas com o passado” e denunciar Lula.

Preso aos 16 anos, Benjamin foi torturado e se exilou na Suécia. Coordenou a campanha de Lula em 1989 e, desiludido, abandonou o partido seis anos depois. De 2004 a 2006 foi filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (Psol). Hoje, trabalha na Editora Contraponto e é colunista da Folha de São Paulo.

Legenda: César Benjamin, ex-petista, acusa Lula de molestar menor na ditadura

Marina- Como era sua relação com Lula nos anos em que conviveram?
César Benjamin- Eu fui o melhor amigo do Lula, a ponto de ter escondido todos esses anos algumas de suas falhas mais graves. Mas agora que me sinto traído em meus ideais, estou disposto a contar.

M- Quais foram essas falhas?
CB- Nunca esqueci, tinha 16 anos e estava na prisão sendo torturado e vendo meus companheiros sendo torturados. Muito tempo depois, já quando era líder do PT, Lula veio me contar suas memórias da prisão. Ele não foi torturado e, pelo contrário, até riu de um episódio que qualquer um teria vergonha.


“Hoje acordei disposto a acertar contas com o passado e fazer com que as pessoas conheçam quem é verdadeiramente Luís Inácio Lula da Silva”



M- Quando Lula contou e qual foi esse episódio?
CB- Foi por volta dos anos 80. Ele me perguntou como consegui passar tanto tempo preso sem transar. Eu falei que não tinha como, eu e meus companheiros estávamos presos sendo torturados. Aí ele me contou que só ficou um mês na prisão, mas não agüentou e acabou com um companheiro de cela.

M- Ele molestou esse companheiro de cela?
CB- Pelo que ele me contou, sim. Pior, disse que era um menor de idade que era militante do MEP (Movimento Estudantil Planetário).

M- Qual é o nome dele?
CB- Não sei, mas não é difícil de apurar nos inquéritos.

M- Havia alguma testemunha?
CB- Tinham duas testemunhas no jantar. O cineasta Sílvio Tendler e um publicitário estrangeiro.

M- Por que não falaram até agora?
CB- Todo mundo tem dívidas de gratidão com o Lula e, quando se está lutando contra a direita, não se pode atacar seus amigos de esquerda.

M- O que te motivou a revelar isso agora, 20 depois do jantar e 10 anos depois de ter saído do PT?
CB- Eu nunca esqueci essa história e não revelá-la dói na minha consciência. Hoje acordei disposto a acertar contas com o passado e fazer com que as pessoas conheçam quem é verdadeiramente Luís Inácio Lula da Silva.


“Os ideais da esquerda foram para o beleléu.”


M- Como foi a sua saída do PT?
CB- Eu fiquei muito chateado, sou uma pessoa muito desiludida com o PT. E é por isso que quero contar coisas que nunca disse sobre a esquerda brasileira. O jeito que o PT está se apropriando do poder e tratando seus mais fiéis seguidores, só está interessado em cargos e apoios. Os ideais da esquerda foram para o beleléu.

M- Saiu do partido por algum motivo pessoal?
CB- Não, só político.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Eleições a vista e a esquerda brasileira começa a se estapear

César Benjamin faz declarações sobre suporta tentativa de estupro de um colega de cela partida do presidente Lula


As portas da próxima eleição presidencial, o ex-petista César Benjamin fez uma declaração bombástica sobre supostas memórias de prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: Lula teria tentado agarrar um colega de cela, um militante da MEP (Movimento Estudantil Proletário), na época, menor de idade. De acordo com Benjamin, essa confissão de presidente teria sido feita nos anos 80, e com duas testemunhas: O cineasta Sílvio Tendler e um publicitário estrangeiro. Já Tendler afirma que tudo não passou de uma piada de Lula.
Nas palavras de Benjamin, a confissão teria dado da seguinte foram: “Lula me perguntou como foi que eu consegui passar tanto tempo sem transar. Falei que nem tinha como pensar nisso, afinal, eu e meus companheiros estávamos sendo torturados. Então, Lula me contou que só ficou 1 mês na prisão, mas que mesmo assim não agüentou e agarrou um companheiro de cela.”
Esse “episódio de que qualquer um teria vergonha”, disse Benjamin, foi contado em durante a eleição de 1994, quando Lula concorria à presidência, num jantar no qual estavam presentes o cineasta Sílvio Tendler e um publicitário estrangeiro, que, por não entender português, nunca chegou a saber desse relato de Lula. Ao ser procurado para falar sobre o assunto, Tendler não negou as confissões atribuídas a Lula por Benjamin, mas esclareceu que tudo não passou de um brincadeira.
Embora Luiz Inácio Lula da Silva esteja, segundo o chefe do gabinete, Gilberto Carvalho, “triste, abatido e sem entender (o motivo do ataque)” até agora preferiu não processar César Benjamin. A idéia é não dar mais visibilidade para o que Carvalho disse ser “uma coisa de psicopata”.


A Trajetória de César Benjamin

César Benjamin lutou contra ditadura na militância secundarista, através da luta armada no MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro) e chegou a ser preso, torturado e exilado. Em 1989, participou da campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, sendo um dos fundadores do PT (Partido dos Trabalhadores). Em 1995, por divergências de opinião, deixou o partido e, em 2004, filiou-se, ao então recém formado, PSOL (Partido Socialismo e Liberdade). Hoje, é um respeitado cientista político, editor da Contraponto e colunista da Folha de São Paulo.

Os possíveis motivos para Benjamin ter contado a suposta "tentativa de estupro" feita por Lula

Segundo César Benjamin, esse episódio só foi revelado publicamente porque agora ele na época em que ele tomou conhecimento, a esquerda passava por um momento de fortalecimento político, e um ataque como esse poderia desarticulá-la. No então, esses anos de silêncio teriam deixado Benjamin extremamente culpado. Trazer à tona esse incidente, mesmo depois de tanto tempo, seria uma forma de se redimir com a nação e “fazer com que as pessoas conheçam que é verdadeiramente Luiz Inácio Lula da Silva”, desabafou cientista político.
No entanto, a esquerda tem sido praticamente unânime em dizer que esse ato de “altruísmo atrasado” não passaria de uma tentativa de enfraquecer o PT com vistas nas eleições presidenciais.
Se de fato esse foi um ataque para derrubar o PT, a investida de Benjamin foi um fracasso. O colunista agora caiu em profundo descrédito, já que não tem quaisquer provas, apenas o seu relato, que obviamente não foi confirmado por Lula, e que foi dado como piada por Tendler. A popularidade do presidente sequer foi arranhada, mas a de Benjamin...Louco tem sido o adjetivo mais leve que se tem ouvido sobre esse homem, que, até então, não tinha escândalos em sua trajetória.

Eleições a vista e a esquerda brasileira começa a se estapear

Subtítulo: César Benjamin faz declarações sobre uma suporta tentativa de estupro de um colega de cela partida do presidente Lula

Olho 1: “As idéias da esquerda foram para o beleléu”

Olho 2: “Lula me contou que só ficou 1 mês na prisão, mas que mesmo assim não aguentou e agarrou um companheiro de cela”

Olho 3: “hoje acordei disposto a acertar as contas com o passado e também fazer com que as pessoas conheçam que é verdadeiramente Luiz Inácio Lula da Silva”

Abre: César Benjamin lutou contra ditadura na militância secundarista, através da luta armada no MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro) e chegou a ser preso, torturado e exilado. Em 1989, participou da campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, sendo um dos fundadores do PT (Partido dos Trabalhadores). Em 1995, por divergências de opinião, deixou o partido e, em 2004, filiou-se, ao então recém formado, PSOL (Partido Socialismo e Liberdade). Hoje, é um respeitado cientista político, editor da Contraponto e colunista da Folha de São Paulo.
Essa é a trajetória de um dos grandes homens da esquerda Brasileira, que sempre seguiu seus ideais longe de escândalos, até há muito pouco tempo, pois agora ele lança uma bomba sobre O PT e principalmente sobre Lula. Segundo Benjamin, o presidente teria tentado molestar um colega de cela, um militante da MEP (Movimento Estudantil Proletário), que era um menor de idade.


Revista Política em Foco - Como foi sua saída do PT para o PSOL?
César Benjamin -Eu fiquei muito chateado com o PT, sou uma pessoa muito desiludida com o Partido, por isso, quero dizer coisas que nunca contei em minha vida sobre a esquerda no Brasil.

R.P.F - Aconteceu algum fato especificamente para que você se desiludisse com o PT?
C.B - O jeito com que o PT está manipulando o poder e tratando os seus seguidores. O PT só ta interessado em cargos e acordos. As idéias da esquerda foram para o beleléu.

R.P.F - Existe um motivo pessoal para a sua mágoa com o PT?
C.B - Não. Só motivos políticos.

R.P.F - Como foi sua relação com o presidente ao longo desses anos de militância na esquerda?Como foi sua convivência com ele?
C.B - Eu fui o melhor amigo do Lula. A ponto de ter escondido todos esses anos algumas de suas falhas mais graves. Mas agora, que me sinto traído em minhas idéias, estou disposto a contar.

R.P.F - Que falhas foram essas?
C.B - Eu nunca esqueci de quando eu tinha 16 anos e estava na prisão, sendo torturado. Muito tempo depois, na época em que Lula já era líder do PT, ele veio me contar as suas memórias da prisão. Ele não foi torturado e, pelo contrário, até riu de um episódio de que qualquer um teria vergonha.

R.P.F - Qual foi esse “episódio de que qualquer um teria vergonha”?
C.B - Lula me perguntou como foi que eu consegui passar tanto tempo sem transar. Falei que nem tinha como pensar nisso, afinal, eu e meus companheiros estávamos sendo torturados. Então, Lula me contou que só ficou 1 mês na prisão, mas que mesmo assim não agüentou e agarrou um companheiro de cela.

R.P.F - Falando mais claramente: Ele molestou esse companheiro de cela?
C.B - Pelo que ele me contou, sim. E ele disse pior: esse companheiro, que era militante da MEP (Movimento Estudantil Proletário), era um menor de idade.

R.P.F - Você sabe o nome desse menor de idade (na época)?
C.B - Não sei, mas não é difícil apurar nos inquéritos.

R.P.F - Quando foi esse tal episódio?
C.B - Por volta dos anos 80.

R.P.F - Havia testemunhas no momento em que o presidente Lula te fez essa confissão?
C.B - Tinham 2 testemunhas que estavam no jantar em que Lula me contou: o cineasta Silvio Tendler e um publicitário estrangeiro.

R.P.F - Na sua opinião, porque essas duas testemunhas, até hoje, nada falaram sobre o assunto?
C.B - Todo mundo tem uma dívida de gratidão com o Lula. E quando você está lutando contra a direita, não pode atacar os seus companheiros de esquerda.

R.P.F - Porque só agora, depois de mais 20 anos dessa tentativa de estupro que supostamente teria partido de Lula e 14 anos depois da sua saída do PT , você está trazendo história à tona?
C.B - Eu nunca esqueci essa história. Não ter revelado durante todo esse tempo dói em minha consciência. Mas hoje acordei disposto a acertar as contas com o passado e também fazer com que as pessoas conheçam que é verdadeiramente Luiz Inácio Lula da Silva.

40 anos depois de Woodstock

"Faça amor, e não guerra" era um dos lemas do festival de música que mais marcou a História A juventude na década de 60 queria mudar o mundo com flores, drogas, paz e amor. Woodstock representou a contracultura americana, uma geração que estava vivenciando a Guerra do Vietnã e a atmosfera psicodélica da época, quando substâncias como ecstasy estavam surgindo.

O festival durou 3 dias em um terreno no norte de Nova York e reuniu mais de 400 mil pessoas até fazenda de Max Yasgur, onde foi realizado. A chuva que tomou conta do segundo dia, transformando tudo em um mar de lama não afastou fãs e nem diminuiu a euforia e animação. O público compareceu em massa em um show histórico que teve a participação de artistas como The Who, Janis Joplin, Jimi Hendrix e Creedence Clearwater Revival.

Em uma entrevista para a Agence France Presse (AFP), o professor de jornalismo da Universidade Quinnipiac, Rich Hanley explica que o festival marcou o fim e não o início da revolução dos anos 60 e da contracultura. "Em 1971, tudo já havia terminado. As manifestações acabaram. A geração Woodstock saiu em busca de trabalho e o trabalho acabou com a diversão". Segundo o professor, "os hippies agora se transformaram em republicanos, perderam o cabelo e mudaram o consumo de LSD pelo Viagra".

O festival deixou um legado na música e na moda, mostrou como artistas podem atrair multidões em poucos dias. As calças bocas de sino e batas volta e meia estão na ativa, e mais do que isso Woodstock mostrou uma geração destinada a mudar, uma juventude com mente aberta. Segundo a professora Heloísa Buarque de Hollanda, do Programa Avançado de Cultura Contemporânea (PACC), da Escola de Comunicação (ECO/UFRJ) em entrevista para o site Olhar Virtual, disse que "o legado que temos na realidade não é dele (o festival), mas da contracultura que trouxe uma perspectiva crítica saudável e vigorosa da cultura de elite dos anos 60, que começava a se formatar como a grande cultura de massa que hoje conhecemos."

Ang Lee retrata o festival em seu novo filme

“Aconteceu em Woodstock”, mostra os bastidores de um dos shows que mais marcaram a História. O diretor conta de uma maneira engraçada, uma família judia que tem problemas financeiros e vê na possibilidade de alugar o seu terreno para um bando de hippies tocarem suas músicas, a chance de pagar as suas dívidas.


Há muitos atores que são desconhecidos, o que dá um ar diferente ao filme. Um elenco novo e forte sob a direção de um grande nome. Ele consegue retratar uma geração que estava em um processo de transformação cultural, quando começava a discussão sobre drogas e liberdade sexual, além de se passar em um cenário político instável, devido a Guerra do Vietnã.


Lee é bem sucedido ao mostrar a atmosfera psicodélica, no final dos anos 60. A única coisa que faltou na produção são as imagens do show. Ele reconstrói perfeitamente os bastidores e deixa o espectador ansioso para ver as cenas mais esperadas, como a de Jimmy Hendrix queimando a sua guitarra ou a de Janis Joplin com sua performance maravilhosa. Mas, não. Não há um auge, um clímax e você fica decepcionado.


Apesar dessa escolha que parece terrível, veja, pois, saber como são os bastidores de um grande evento é importante para entender como tudo aconteceu. Não foi fácil, houve preconceito e uma mobilização nacional de produtores, executivos, músicos e um público único foi feita para fazer esse espetáculo dar certo.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

“A Cabana é uma obra medíocre”

Por Marlisa Amorim

Polêmico e instigador, o Padre Dionísio da Paróquia Nossa Senhora da Consolação e Correia, declara que o livro "A Cabana" do ponto de vista literário é uma obra medíocre. “O livro nunca será um clássico da literatura cristã”, afirmou o padre.


Segundo ele, William P. Young não é um homem das artes literárias, mas simplesmente um teólogo que escreveu uma obra de ficção apresentando conceitos sobre Deus.


Quanto à questão do sofrimento, Padre Dionísio diz que esse problema não tem solução e que o evangelho não tem obrigação de dar esta resposta. Para o padre, devemos reconhecer que o sofrimento faz parte da raça humana.


Dionísio afirma, entretanto que o livro apesar de polêmico, é bastante conservador em sua teologia, pois falando sobre pecado original, trindade e soberania divina, apresenta os conceitos clássicos da teologia. “É a velha história da salvação recontada de uma nova forma e roupagem.” Dionísio diz também que não gostou do final do livro “happy end” em que tudo dá certo no final e o criminoso é preso.


Padre Dionísio conclui que o livro não é adequado para ninguém, pelo menos não para cristãos que amem a Deus e levem a sério a Palavra, a Igreja e o mistério da Trindade.

A Cabana: uma proposta nada ortodoxa

Por Marlisa Amorim

A Cabana é um livro muito bem escrito, faz você viajar do real para o imaginário num piscar de olhos. Sim, porque encontrar com Deus, Jesus e o Espírito Santo não é coisa simples.

O personagem principal Mack, é um pai dominado pelo sentimento de culpa de não poder ter feito nada para salvar sua filha de ter sido assassinada durante um fim de semana em família. Após esse episódio, ele carrega a pergunta que atormenta tantas pessoas: se Deus é tão poderoso, por que não faz nada para amenizar o nosso sofrimento?

Até o dia que recebe um bilhete de alguém que assina como Papai (modo como a esposa chamava Deus) chamando para um encontro com ele na cabana onde sua filha foi assassinada. Pensando ser uma brincadeira de mau gosto, ele acha vários motivos para rejeitar a idéia, mas sua curiosidade o faz supor ser o próprio Deus autor do bilhete.

A velha cabana é uma metáfora perfeita para alma de Mack e a cura proporcionada pelo Papai, onde velhos dogmas e conceitos pré-estabelecidos de quem é Deus na visão do personagem caem e ele vai conhecendo através de diversas experiências, razões de por que ele não tem o controle de tudo sobre a sua vida.

O livro é um pouco polêmico porque mostra a Trindade em forma física. A maneira como a história é contada emociona por diversas vezes durante a leitura, é um verdadeiro e amoroso tapa na cara. Trata-se de uma proposta nada ortodoxa de mostrar o conceito de Deus, Jesus e o Espírito Santo.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Cinema romeno para o mundo

Por Nicolas Mileli

O cinema romeno encontra-se em reconstrução. Mais de 15 anos após o fim do comunismo, a produção cinematográfica do país começa a tomar forma e força no cenário mundial. Marcados por críticas ao regime e aos modos comportamentais das pessoas, os filmes dos jovens cineastas romenos vem se destacando em Cannes todo ano, conquistando diversos prêmios.

Em 2005, Cristiu Piu começou a se destacar com “A Morte de Sr. Lazarescu”, vencedor do prêmio “Um certo Olhar” em Cannes, ao retratar o sistema público de saúde da Romênia.

No ano seguinte, foi a vez de Corneliu Porumboiu sair de Cannes com um prêmio na mão. Com “12:08 A leste de Bucareste”, o diretor conquistou o “Camera d’Or” no principal festival de cinema do mundo. A obra aborda a discussão de se houve ou não uma revolução contra o regime comunista na cidade onde os protagonistas residem.

Mas o apogeu aconteceu mesmo em 2007, quando “4 meses, 3 semanas e 2 dias” conquistou a Palma de Ouro em Cannes. Dirigido por Cristiu Piu, o filme contou com uma calorosa recepção não só na França, mas também na imprensa norte-americana, onde a obra conquistou uma nota de 97 no site Metacritic, agregador de críticas. A história do filme envolvia a prática de um aborto feito no período comunista, quando a prática era proibida.

Se em 2008 o cinema romeno não conquistou nenhum prêmio, 2009 foi o ano dos filmes do país retornarem às grandes premiações. Novamente com Corneliu Porumboiu, a obra “Politist Adj.” conquistou o júri de Cannes e levou o prêmio do júri de melhor filme da mostra “Um Certo Olhar”. A última obra de Porumboiu conta a história de um policial que se recusa a prender dois jovens que consomem droga.

“500 dias com ela” e o mito da alma gêmea

Por Marina Lins

O mito da alma gêmea – aquela sua metade da laranja que está por aí em algum lugar e é a única que pode te fazer feliz – não é novo. O diálogo "O Banquete", de Platão, já fazia menção a este grande clichê dos apaixonados. No texto, o filósofo grego conta a história dos andróginos, seres primordiais que queriam tomar o poder de Zeus. Quando se viu ameaçado, Zeus partiu os andróginos ao meio e, como um castigo divino, eles foram condenados a vagar pelo mundo buscando a outra metade para refazer o encaixe.

Após séculos de encontros e desencontros, a expressão pode até ter se desgastado, mas a sua idéia persiste recheando as telas dos cinemas. O filme “500 dias com ela”, de Marc Webb, é um exemplo. Tom (Joseph Gordon-Levitt) é um romântico incorrigível que acredita ter encontrada sua alma gêmea em Summer (Zooey Deschanel). Contudo, a moça não acredita no amor e não quer se comprometer. Essa inversão nos papéis é um dos truques que faz o filme fugir do lugar comum.

Mas quem terá razão? O romântico Tom ou a pós-moderna Summer? Talvez não seja possível estabelecer uma verdade absoluta, mas não custa tentar.

A estudante de direito Lívia Varella, 20 anos, corrobora a posição de Summer. “Essas coisas de alma gêmea, metade da laranja, são concepções muito cafonas sobre o amor”, reflete. “A maioria das pessoas que acredita nisso acaba se decepcionando quando percebe que não é metade de nada, é um corpo independente que pode encontrar alguém que goste de verdade, e, com sorte, ser correspondido.”

Uma opinião divergente é proposta pela estudante de engenharia Laura Rodrigues, 21 anos. “Acredito piamente que existe alguém certo para cada um.” Ela admite ainda não ter encontrada a sua alma gêmea, mas não perdeu as esperanças. “Sei que meu príncipe encantado baterá na minha porta um dia desses, com uma capa e um cavalo branco”, sonha, “só espero que não demore muito”.

A idéia de alma gêmea é menos popular entre os homens. Apesar de “500 dias com ela” tentar escapar, o estereótipo se confirma na realidade. Pedro Cardoso, 20 anos, afirma que, se existir uma só pessoa para cada um, o mundo é muito injusto. “Considerando que existem mais mulheres do que homens sobre a terra, ou a vida de algumas mulheres é muito injusta, ou o homossexualismo é divino.”

500 dias com ela

Por Marina Lins

Não há nada mais batido que o estilo comédia romântica. A receita casal se conhece, briga e fica junto no final já virou um enjoado padrão que alguns cineastas teimam em repetir. “500 dias com ela” é um filme boy meets girl que tenta fugir do óbvio. E consegue.

Joseph Gordon-Levitt é Tom, um eterno romântico que busca a mulher ideal. Encontra em Summer (Zooey Deschanel) tudo o que procurava e acabam ficando juntos. Problema: ela não acredita no amor e não corresponde a paixão de Tom. Nada mais realista que um amor não correspondido, mas também nada menos visto nas telas do cinema.

O filme mostra os 500 dias que Tom passa em função de Summer – momentos de amor e de tormenta -, todos vistos de sua perspectiva. Um viés dramático seria o caminho ideal para desenvolver essa história. Porém, o diretor estreante Marc Webb consegue se desvencilhar desse padrão e cria artifícios para transformar o filme em uma trama engraçada e muito simpática. Felizmente.

Os dezesseis meses não são vistos de forma linear. As passagens alegres e tristes são alternadas e dosadas de modo ideal para manter o clima tragicômico do filme. Esse artifício também contribui para prender a atenção do espectador.

O realismo na tela não chega a ser um incômodo para o espectador. Marc Webb trouxe de sua vasta experiência como diretor de videoclipes uma trilha sonora muito marcante, que atravessa o longa como um dos personagens principais. Além disso, os efeitos de animação também contribuem para restituir certa mágica ao filme.

Vale a pena assistir. Marc Webb conseguiu reunir, num malabarismo preciso, todos os artifícios que impediram o filme de cair na monotonia e no óbvio. Inteligente e criativo, o longa foge da baboseira romântica de sempre e, ainda assim, deixa uma mensagem otimista. Tom não desiste do amor, continua a sua procura. E Summer, a princípio cética, descobre que Tom não estava errado.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Quanto pesam as piadas de mau gosto?

Risos e constrangimento. Estas costumam ser as consequências quando uma piada de mau gosto é contada. Aqueles que não se sentem ofendidos riem, enquanto os que foram atingidos pelas palavras preconceituosas fingem não ter ficado sem graça ou se excluem do grupo. A linha que divide a brincadeira do maltrato é muito tênue.
Na peça teatral “Gorda”, a atriz Fabiana Karla vive Helena, uma moça com 30 quilos a mais do que exige o padrão de beleza contemporâneo. Sua personagem é alvo de muitas piadas preconceituosas contadas por Caco, vivido por Mouhamed Harfouch. O problema é que não é apenas Helena quem sofre com as brincadeiras. Muitas pessoas na platéia acabam se sentindo atingidas pelas palavras de Caco e saem constrangidas do espetáculo.
“É um absurdo você sair para se divertir e acabar sendo humilhada. Fiquei muito envergonhada quando aquele ator começou a ser preconceituoso com relação a nós, as gordinhas. Vou pedir meu dinheiro de volta na bilheteria e não vou a mais nenhuma peça que aquele ator faça.”, desabafou Silvia Loureiro, aposentada de 72 anos.
Fabiana Karla já pensa de maneira diferente da aposentada que foi prestigiar sua peça. Para a atriz, o importante é estar bem consigo mesmo. “A receita da felicidade é não ligar para o que os outros pensam de você. Se a pessoa se sente bem com o seu corpo, ela será alguém alegre e forte, que não se deixará abater por palavras preconceituosas.”.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Geyse é readmitida na Uniban e promete voltar vestida para matar, de raiva

Depois de estampar anúncios publicitários em grandes jornais do país comunicando a expulsão da aluna Geyse Arruda, a Uniban (Universidade Bandeirantes) voltou atrás e readmitiu a aluna. “Só voltamos atrás por pressão do MEC”, declarou o assessor de imprensa da universidade, João Pedro Cardoso Cunha. Geise prometeu voltar às aulas, mas só para terminar o semestre, pois, depois do episódio de humilhação que passou em 22 de outubro, ela pretende mudar para uma instituição que a receba melhor, “o que realmente vai contar para a minha escolha será o tipo de apoio moral e psicológico que a universidade e os alunos me oferecerem”, contou a estudante.
Segundo o assessor da Uniban, Geyse foi expulsa porque suas atitudes não condiziam com a de uma estudante universitária: “diversos alunos relataram que ela ficava puxando o vestido para cima e ficava desfilando pela faculdade para se exibir”, e ainda completou, “ela agia assim porque era gordinha e não devia dar a muito tempo. Corria risco de ela agarrar um aluno até”. João Pedro também afirma que a Uniban não tem como garantir que o episódio de constrangimento se repita com a aluna, “a faculdade não tem como impedir que haja mais hostilidade. São 10 mil alunos, não dá para garantir que eles não repitam o ocorrido, nem que coloquemos 10 guardas por volta da moça”, disse.
Geyse, no entanto, mostra que não ter medo de novas intimidações e dispara: “eu quero voltar lá (na Uniban) e me vestir da mesma forma só para ver eles terem que ficar calados”. Já seu colega de universidade Rodrigo Pinto acredita que “se ela voltar lá (na Uniban), é louca ou quer aparecer”.


Geyse recebe manifestações de apoio e vira celebridade instantânea

Geyse tem sofrido uma exposição tão intensa na mídia até parece celebridade. Já ganhou, de um cabeleireiro que se compadeceu da causa, um alongamento de cabelo de 70 cm, e, num passeio a um shoping do ABCD paulista, a moça parou os corredores. Todos queriam tirar fotos e até pediam autógrafos. Capas de revistas e aparições na televisão já até esboçam uma possível “carreira artística” para ela, que vem dando entrevistas em diversos programas e, mais recentemente, fazendo uma participação no programa humorístico Casseta e Planeta, da rede Globo.
O assessor de imprensa da Uniban diz que Geyse já havia arquitetado ir de roupa curta para se promover, “a menina é inteligente, armou para ficar famosa”, e emendou,” de loira burra ela não tem nada”.
Apesar de ter sofrido o mais conhecido episódio de constrangimento do país e ainda ter sido expulsa de universidade, Geyse vem recebendo diversas manifestações de carinho, “tenho recebido muito mais apoio do que críticas. A imprensa também tem ficado ao meu lado. Até a imprensa estrangeira estampou a humilhação que sofri em suas capas, como um exemplo de barbaridade”, disse.


Violência, falta de imites e omissão na Uniban: uma brincadeira de mal gosto

A falta de limites no comportamento de alguns alunos da Uniban já vem dando a mais tempo do que os brasileiros imaginam. O episódio de violência, ocorrido com Geyse, que marcou muito o país, não foi o primeiro, antes dele houve um caso ainda mais grave, em que as agressões chegaram às vias de fato. Em 2 de abril deste ano, a aluna A.S.N., de 30 anos, que cursava Educação Física havia dois meses, foi agredida por colegas durante uma manifestação de um grupo de alunos contra o novo sistema de provas e aulas na universidade.
Durante a confusão, A.S.N. foi acusada de atropelar, com sua Fiat Uno branca, uma colega enquanto tentava sair da aglomeração. A.S.N. resolve dar ré para verificar, mas logo teve os vidros do carro atingidos, o que lhe rendeu um corte no supercílio. Em seguida, foi arrancada de dentro do veículo e agredida com socos e pontapés, que lhe deixaram com duas costelas luxadas e vários hematomas pelo corpo.
A omissão da Uniban é tão grande, que no episódio a faculdade tratou o assunto com um caso isolado e disse que não poderia conter as ações de seus alunos. Em sua ultima entrevista coletiva, o assessor da universidade declarou desconhecer esse episódio de violência anterior ao de Geyse e novamente afirmou: “O ocorrido com aluna Geyse foi um caso exporádico, que poderia ter acontecido em qualquer universidade”, e ainda completou, “foi só uma brincadeira que tomou grandes proporções. Se eu fosse um aluno, talvez entrasse na brincadeira também.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Policial, adjetivo

Por Nicolas Mileli

“Policial, adjetivo” já surge como um dos maiores filmes do ano. Em cartaz em São Paulo desde o dia 20 de novembro, a obra, vencedora do Prêmio de Júri da mostra Um certo olhar este ano em Cannes, solidifica a inserção da Romênia no cenário cinematográfico mundial.

Dirigido por Corneliu Porumboiu, o mesmo de “A leste de Bucareste”, “Policial, adjetivo” conta a história de X, um policial que tem que prender jovens apenas por consumirem haxixe, enquanto tenta descobrir quem lhes fornece a droga. Apesar disso, X não acha justo estragar a vida dos jovens apenas por eles serem usuários da droga, já que a lei deve mudar em breve.

O filme é, acima de tudo, lento. Planos em que nada acontece são constantes, de modo a frisar o quão tediosa pode ser a profissão de policial. Além disso, várias cenas parecem se repetir, com pequenas alterações em suas composições, perceptíveis apenas a olhos mais atentos.

A trilha sonora é inexistente. Nos raros momentos em que o filme apresenta uma música, ela está inserida na própria cena, como, por exemplo, quando a mulher de X ouve música. De resto, a sonoplastia foca-se nos ruídos ambientes e nos, muitas vezes raros, diálogos.

Apesar da escassez, as conversas são um ponto alto da obra de Porumboiu. Com uma leve dose de humor, o filme contesta as idéias cotidianas, as noções que temos das palavras. O próprio nome do filme já retrata essa questão de indefinição vocabular.

“Polical, adjetivo” é, em resumo, um filme policial que nega o estilo clássico desse gênero. Não existem longas cenas de perseguições ou coleta de provas por parte do detetive. A obra retrata principalmente o cotidiano do policial. E o quão enfadonho ele pode ser.

Geisy Vs Uniban

Por Nicolas Mileli

“Ela armou isso tudo para ficar famosa” opinou João Pedro Cardoso Cunha, assessor de imprensa da Uniban. “A guria dava em cima de todo mundo, não importava se tinha namorado”, relatou Rodrigo Pinto, aluno de direito da faculdade, “por isso que ela foi hostilizada, principalmente pelas meninas”. Geisy se defende, pois, para ela, todo o preconceito veio por causa de seu sobrepeso.

“Nada me proíbe de ir de saia para a faculdade”, acrescenta Geisy. “Sempre me vesti assim. Por que eu não posso?” A estudante admite estar acostumada a ouvir elogios quando sai na rua vestida como foi à faculdade. “Eu sempre fui meio perua. Minha mãe também é assim”, confessa Geisy, que admite não ver nenhum problema em seu modo de se vestir.

As pessoas que hostilizaram a estudante culparam os seus atos, e não as roupas, pelas brincadeiras. “Ela age como um homem, dá em cima de todo mundo”, alfinetou Rodrigo. João Pedro também endossou essa opinião. “O problema foram as provocações e as atitudes indecentes.” Segundo o assessor de imprensa da universidade, para que ela deixe de ser hostilizada, é preciso que aprenda a se comportar.

João Pedro considerou esse caso algo positivo para a Uniban. “Nossa faculdade vai ficar conhecida como um lugar em que você pode botar sua filha com tranqüilidade.” Dentre as normas da universidade, o assessor de imprensa destaca a proibição de namoros no campus. “Beijo não pode. No máximo andar de mãos dadas”, ressalta João Pedro.

Geisy conta que inicialmente via cochichos dos rapazes, que depois passaram a falar obscenidades. “Mulher com roupa curta não é motivo para ser estuprada”, afirmou indignada. “A sociedade brasileira é mais preconceituosa do que se esperava. Daqui a pouco vão querer que as moças vão de véu para a aula.” Geisy prometeu, ainda, processar a faculdade, que transformou a vítima em réu.

“Foi uma brincadeira em que todo mundo entrou”, destaca Rodrigo, que acha que a faculdade ficaria menos interessante se resolvessem cobrir as meninas. A hipótese de brincadeira foi endossada pelo assessor da universidade. “Era uma brincadeira de jovens que acabou por tomar uma proporção muito maior”, opina. “A culpa é da imprensa, que não estava lá e resolveu criar um bode expiatório”, alfineta João Pedro.

A Uniban mantém a sua postura. “Só voltamos atrás porque o MEC pediu. Há um código de conduta que deve ser respeitado”, se defendeu João Pedro. A expulsão, no entanto, foi uma atitude controversa. “Toda a imprensa me apoiou”, ressalta Geisy. O aluno Rodrigo Pinto, que criticou a postura da estudante, achou que expulsá-la da faculdade seria um exagero.

A repercussão tomou a imprensa internacional e outras universidades ofereceram convites a Geisy. “Vou escolher a faculdade mais barata, se eu não puder pagar muito”, ressalta a jovem. Ela ainda admite: “Queria ir para um lugar mais progressista. A UNB seria ideal.” A saída da estudante é apoiada por Rodrigo Pinto, “não vejo clima para ela voltar”. “Ninguém vai falar com ela”, acrescenta o estudante.




Repercussão na mídia


Geisy afirma ser vítima do ocorrido. Mas essa não é a opinião nem do assessor de imprensa da UNIBAN nem de um dos alunos. A estudante afirma “Fui vítima”, enquanto a imprensa, tanto brasileira quanto estrangeira corrobora. Já Rodrigo Pinto discorda “Ela é meio maluquinha”, conta, “está sempre querendo aparecer”. João Pedro concorda: “A garota ficava puxando a saia para cima”.

“Eu nunca vi nenhum problema parecida na Uniban”, conta Rodrigo. “Mas ela já tentou me agarrar e várias pessoas ‘pegaram’ ela. Devia fazer teste psiquiátrico.” João Pedro foi ainda mais enfático na sua declaração. “Estava surtada! Veio à faculdade resolvida a dar!” E concluiu: “Geisy deveria ser separada das moças honestas”.

No discurso do assessor de imprensa da universidade, também teve uma crítica à imprensa. “A imprensa não estava lá e não quis reconstituir.” O medo de punição, por causa da presença dos jornais também estava na fala do estudante Rodrigo. “Não participei e não posso dizer que participei”, afirma num tom reticente. Já para Geisy, a repercussão da mídia foi positiva.

Apesar disso, a estudante crê que esse escândalo não vai atrapalhar a sua vida futura. “Até eu me formar todo mundo já esqueceu”, supõe Geisy. Enquanto isso, ela confessa desfrutar de seus minutos de fama, mas nega que tenho recebido propostas para posar nua e afirma que não vai fazer pornô. “Não sou este tipo de mulher!”, afirma sem, no entanto, negar que tenha sido procurada.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Uniban: “Geisy era tarada”

por João Pedro Maciel

Segundo assessor da universidade, aluna teria provocado o caso para se promover

O assessor de imprensa da Universidade Bandeirante (Uniban), João Pedro Cardoso Cunha (60), afirmou no dia 13 de novembro que a estudante de Turismo Geisy Arruda (20), hostilizada por outros alunos da instituição por vestir um micro-vestido vermelho há pouco mais de um mês, no campus de São Bernardo do Campo (SP), se comportou como uma tarada. "Essa moça veio para a faculdade resolvida a dar, devia estar no desespero há muito tempo", declarou em entrevista coletiva.

Segundo ele, apesar de a Uniban ter voltado atrás na decisão de expulsar a aluna, a medida tomada pela universidade era a mais correta, já que Geisy teria provocado intencionalmente o tumulto, desfilando pelos corredores, fazendo propostas obscenas para os alunos e suspendendo o vestido. "Só desistimos da punição por causa da pressão do Ministério da Educação (MEC), mas de loira burra ela não tem nada. Armou tudo isso para se promover e ficar famosa", acusou o porta-voz.

Na visão de Rodrigo Pinto (23), estudante de Direito da Uniban que presenciou o ocorrido, Geisy parecia uma prostituta à procura de clientes, mas não fez sucesso porque era gordinha. "Não dá para ficar mostrando as pernas cheias de celulite por aí. Se ela fosse gostosa de verdade, ninguém teria reclamado", concluiu ele, afirmando já ter sido agarrado anteriormente pela moça. A expulsão de Geisy, para Rodrigo, foi um exagero, mas um tratamento médico seria bom: “Ela andava provocante, parecia sempre alterada. A mulher era chave de cadeia, devia fazer psiquiatria”, opinou.

Geisy rebate acusações e diz que continua na Uniban

"Acho isso tudo uma hipocrisia. Mesmo se eu fosse puta, não poderia estudar?", defendeu-se Geisy, lembrando que outras mulheres também se vestiam da mesma maneira na faculdade e que a vítima da história era ela. "Eu não estava de biquíni. O vestido nem era curto, só era apertado. Todo mundo usava roupas assim", rebateu ela. Comparando a reação ao caso com o comportamento da cultura muçulmana, aonde as mulheres andam cobertas da cabeça aos pés, a estudante criticou: "Não podemos nos comportar como os talibãs".

Para Geisy, os xingamentos recebidos só aconteceram por causa de sua baixa popularidade entre os colegas e por causa de sua aparência física. "O grupo de garotos que começou a me insultar não gostava de mim. Um deles tentou me namorar, mas era feio e eu não quis nada com ele. Só me enxotaram porque eu sou loira e gordinha", justificou ela, contando ainda que tem recebido o apoio de seus familiares e de muitas outras pessoas, através manifestações públicas pelo país.

Apesar do preconceito sofrido e da falta de apoio da faculdade, que garantiu que não fará nenhum planejamento especial de segurança caso Geisy retorne, a estudante planeja voltar à Uniban para finalizar esse semestre letivo. "Quero voltar lá para passar na frente deles usando o mesmo tipo de roupa", provocou. Ela ainda descartou a possibilidade de o caso prejudicar a sua carreira e disse que, futuramente, pretende concluir o curso em outra instituição. "Não posso citar nomes, mas já recebi bolsas de algumas universidades. Vou escolher o que for melhor para mim e para minha família", contou.

"Eu não sou puta", diz Geisy

por Mariana Valle

"Ela veio para faculdade decidida a dar", disse João Pedro Cardoso Cunha, assessor da Universidade Bandeirante (UNIBAN) em uma entrevista coletiva no dia 13 de novembro, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Geisy Arruda e Rodrigo Pinto, aluno da instituição paulista, também estavam presentes e deram suas opiniões sobre a polêmica que o vestido causou.

A aluna de turismo se defendeu ao dizer que era uma vítima dessa história. "Sempre me vesti assim, já vi muita gente de short." Arruda enfatiza que o vestido não era curto, era só apertado e que tudo aconteceu porque era "loira e gordinha". Ela afirma que sempre usou roupas desse tipo, coloridas e de preferência rosa. "Eu não sou puta", disse após comentar sobre o ataque que sofreu na faculdade em que foi xingada pelos alunos. "Aqueles garotos nunca frequentaram um puteiro?", completa.

O assessor João Pedro Cardoso Cunha, 60, trabalha na universidade há 10 anos desde que foi fundada. Segundo ele, Geisy provocou seus colegas com atitudes indecentes para o ambiente universitário. "Ela estava surtada, veio para faculdade decidida a dar, vai ver porque ela é gorda e não dá há muito tempo." Disse que "o problema nem foi o tamanho da roupa e sim a sua atitude de ficar puxando o vestido para cima, além de ficar desfilando pelos corredores". Cunha completa dizendo que a estudante fez tudo isso para se promover, "de loira burra ela não tem nada".

Rodrigo Pinto, 23, aluno de Direito da UNIBAN, disse que estava perto quando tudo começou. Pinto fala sobre a maneira com que Geisy age em sala de aula. "Ela deu em cima do namorado de todas, é meio maluquinha, sempre querendo aparecer." Segundo ele, a aluna se faz de "santinha" e que "é comum vindo dela", "ela já até tentou me agarrar". Ele termina ao dizer que acha a expulsão uma medida muito forte, mas também "não há clima para ela voltar". "Ela deveria fazer um tratamento psiquiátrico, é ninfomaníaca".

Geisy pretende trocar de faculdade

A estudante irá terminar o semestre na UNIBAN e já chegou a receber propostas de outras faculdades. "Pretendo me mudar para um lugar mais progressista, não devemos pensar como talibãs", disse. A aluna afirmou que é forte e está recebendo apoio da família e de amigos.
Ela chegou a participar do programa "Casseta e Planeta" da TV Globo, na edição do dia 17 de novembro, ao aparecer com uma burca, fazendo paródia com a polêmica que está envolvida.

O caso começou no dia 22 de outubro, quando a aluna apareceu na faculdade que estuda, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista com um vestido rosa, justo e curto. Ela foi hostilizada pelos estudantes, chegou a ser xingada e teve que ficar em uma sala para esperar por uma escolta policial. Ela saiu com um jaleco de um professor e não voltou à faculdade por alguns dias. A universidade investigou o caso, falou com alunos e funcionários chegando até a expulsá-la, depois de muita pressão ela foi reaceita.

Diferentes vozes sobre o caso UNIBAN

“Exemplo de barbaridade”. As humilhações sofridas por Geizy Arruda na UNIBAN, no dia 22 de outubro, foram assim classificadas por ela ontem em entrevista coletiva a alunos da Escola de Comunicação da UFRJ. O assessor de imprensa da universidade e um aluno desta também se pronunciaram. As versões dos três apresentaram diferenças.
Geizy Arruda garantiu que já viu, na UNIBAN, outras meninas vestidas da maneira que ela estava no dia da humilhação. Disse também que não estava provocando ninguém e que sofreu as hostilidades pelo fato de ser gordinha e loira. Já Rodrigo Pinto, 23 anos, aluno da mesma universidade, tem outra versão. “Meus amigos disseram que ela começou a andar levantando a saia. Vi de longe Geizy provocando eles.”
O assessor de imprensa da UNIBAN, João Pedro Cardoso Cunha, deu ainda mais detalhes sobre a razão das humilhações. “Ela desfilava ao invés de estudar. Veio pra aula querendo ‘dar’ porque não ‘dava’ há muito tempo. Nossos alunos corriam risco de serem agarrados”, segundo ele. A acusada se defendeu dizendo que não é o tipo de mulher que faria isso.
Desde o dia 22 de outubro, estão acontecendo muitas manifestações, como criação de comunidades no Orkut, apoiando Geizy e defendendo que ela foi vítima da ação de preconceituosos. Mas para Rodrigo Pinto, que afirma não ter participado das humilhações, seus amigos não agiram errado. “Não foram machistas. Não dá pra ser gorda e se achar gostosa. Parecia que ela queria arrumar um cliente.” O assessor de imprensa João Pedro Cunha engrossou o coro dos que não acham que cabe a Geizy o papel de vítima. “Ela armou tudo isso para ficar famosa. É inteligente. De loira burra, não tem nada.”
Perguntado sobre a imagem que as pessoas ficarão da UNIBAN, João Pedro Cunha mostrou-se não estar muito preocupado com isso. “A faculdade vai ficar com uma boa imagem para as famílias tradicionais.” Antes mesmo desta declaração do assessor da universidade, aqueles que pensam como ele já tinham sido alvo da ironia de Geysi. “Daqui a pouco vão querer que as moças venham de véu para a aula.” Se depender do assessor, é bem capaz que esta seja uma futura exigência da universidade porque, para ele, namorados só devem, no máximo, andar de mãos dadas e conversar quando estiverem dentro da UNIBAN. Nada de beijo.
Ainda segundo o assessor da universidade, deverá haver um esquema especial para a volta às aulas de Geizy. Volta que só ocorrerá porque a direção da faculdade revogou a decisão de jubilar a aluna. João Pedro Cunha deixou bem claro que esta medida foi tomada a contragosto dos diretores. “A pressão do MEC nos fez revogar a expulsão. Se eu fosse ela, não insistiria em voltar. Se quiser, devolvemos o dinheiro (das mensalidades) gasto neste semestre para a família.”

Classe Média Way of Life

Está nas bancas a edição da CartaCapital com textos do Classe Média Way of Life. A edição conta com ilustrações de Maringoni e ainda um texto do Mino Carta pra complementar. Vale à pena conferir!

"Para ser um cidadão da Classe Média, é fundamental ter aprendido que este status significa ter muitos deveres e poucos direitos. Isto quer dizer que nem todos os deveres são tão “deveres” assim, pois a situação injusta é um salvo-conduto para utilizar um “jeitinho” de ficar livre de determinadas obrigações. É assim, por exemplo, com o bom e velho serviço militar obrigatório, aquele ao qual todo brasileiro do sexo masculino precisa se apresentar ao completar a maioridade e que, eventualmente, precisa servir."

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Abraços!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Assessor da Uniban: "Geisy armou para se promover"

Por Marina Lins
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“A moça estava surtada, veio para a faculdade decidida a dar”. Com essas palavras João Pedro Cardoso Cunha, assessor de imprensa da Universidade Bandeirante (Uniban), descreveu a atitude de Geisy Arruda no dia em que foi hostilizada por usar um vestido muito curto para a aula. A aluna, ao contrário, se vê como vítima da situação, “Já vi muita gente de short curto, só aconteceu comigo porque sou loira e gordinha”.

Cunha afirmou que a universidade entrevistou inspetores, professores e alunos, e todos confirmaram: Geisy agiu de maneira provocante. “O problema não foi tanto o tamanho da roupa, mas a atitude dela desfilando pela faculdade e puxando a saia para cima”, disse. Assessor da Uniban há 10 anos, Cunha minimizou a reação dos alunos. “Se estivesse lá, também entraria na brincadeira. Esse tipo de coisa acontece em todo o lugar.”

Aluno do curso de direito da Uniban, Rodrigo Pinto classificou Geisy como ninfomaníaca, alegando que a moça precisa de um tratamento psiquiátrico. “É maluquinha, está sempre querendo aparecer.” Ele afirmou não ter participado da ofensiva contra a aluna, mas admitiu ter estado perto do ocorrido. O futuro advogado concordou que foi apenas uma brincadeira e ponderou: “Se ela fosse gostosa de verdade, ninguém tinha reclamado”.

O assessor também acusou Geisy de ter armado toda a situação para se promover. “De loira burra ela não tem nada”, disse. Rodrigo Pinto concorda e afirma que não foi a primeira vez que a aluna agiu desse jeito. “Ela está se fazendo de santinha, mas não é de hoje.”

Geisy não viu a situação como uma brincadeira, pretende processar a universidade e todos que defenderam a sua posição. “São uns bárbaros, daqui a pouco teremos que ir de véu para a faculdade.” A aluna classificou como preconceituosa a atitude da Uniban. “Não sou puta, mas, se fosse, não poderia estudar lá?”
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Geisy disse ser uma patricinha e sempre ter usado esse tipo de roupa, que é o mesmo vestido pela mãe. “Se fosse magra, seria a Barbie.” Sua família a apoiou durante o episódio, assim como grande parte dos brasileiros. “Recebo mais apoio do que crítica.” A aluna disse ter ficado muito feliz com a manifestação de estudantes da Universidade de Brasília (UNB) que saíram pelados em protesto à sua expulsão. Até mesmo jornais americanos noticiaram o caso, classificando-o como barbaridade.


Geisy terminará o semestre na Uniban

Geisy Arruda recebeu convites de outras universidades, mas pretende terminar o semestre na Uniban. “Quero passar na frente deles com o mesmo tipo de roupa e eles terão que ficar calados.” A aluna ainda não decidiu aonde vai estudar depois, mas garante que será em uma instituição mais progressista.

A decisão de Geisy não tem o apoio da Uniban. “Não garanto que ela não vá sofrer hostilidade em sua volta”, afirmou João Pedro Cardoso Cunha, “se fosse ela, não insistiria.” O assessor não acredita que a imagem da universidade será abalada. Pelo contrário, considera que as famílias tradicionais se sentirão mais seguras ao matricular suas filhas na instituição.

Mesmo avaliando a expulsão como uma atitude extrema da Uniban, Rodrigo Pinto também acha que a aluna não deve voltar. “Não tem mais clima para ela estudar lá.”

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

“Separada das moças honestas da universidade”

Por Marlisa Amorim

A hostilidade à aluna da Uniban marcou o país nos últimos dias. Nesta semana a universidade voltou atrás na expulsão de Geisy. Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (13/11) o assessor de imprensa da Uniban, João Pedro Cardoso Cunha e o aluno Rodrigo Pinto demonstraram forte preconceito contra a aluna de turismo. Geisy também estava presente na coletiva de imprensa.

Segundo João Cunha, a expulsão foi revista apenas pela pressão do Ministério da Educação. O assessor disse que a investigação interna da faculdade concluiu que o episódio foi motivado pelas atitudes provocativas de Geisy. E a reação não passou de uma “brincadeira de jovens”. O aluno Rodrigo Pinto reforçou a afirmação, dizendo que o fato era para ter sido uma simples brincadeira, mas tomou uma grande proporção.

Para o assessor, a expulsão da aluna estava correta. Geisy deveria ser “separada das moças honestas”, argumentou João Cunha. Já Geisy disse ser a vítima e não o problema. “A gente não pode pensar que nem os Talibãs que cobrem as mulheres da cabeça aos pés para protegê-las.”, rebateu a aluna de turismo.

“Na verdade essa moça estava surtada. Ela veio para faculdade resolvida a dar. Vai ver que por ela ser gordinha, essa moça estava no desespero.”, declarou o assessor. Para João Cunha, Geisy armou toda a situação, com a intenção de ficar famosa. “De loira burra, ela não tem nada”, concluiu.

O aluno Rodrigo Pinto comentou sobre o comportamento de Geisy na faculdade. Segundo ele, a aluna sempre quis aparecer e era provocativa. Por essa razão os alunos e funcionários implicavam com ela. “Parecia que ela ia para a universidade para arrumar cliente”, afirmou o aluno. Rodrigo Pinto ainda deu uma explicação para o ocorrido: “Se ela fosse gostosa de verdade, ninguém tinha nem reclamado. Ela não tem espelho em casa.”

Geisy também acha que o problema foi o fato de ser loira e gordinha e não o vestido em si. Ela admite ser perua e disse que não vai mudar o seu jeito de ser por causa de preconceitos alheios.

Para ela, a comparação com uma garota de programa é mais uma forma de preconceito e hipocrisia. “E se eu fosse uma puta mesmo? Puta não pode estudar numa universidade? Aqueles rapazes nunca freqüentaram uma puta?”, desabava.

Para o futuro, pretende terminar o semestre na Uniban e mudar para um lugar mais progressivo. Várias faculdades de São Paulo já ofereceram vagas à aluna de turismo.

O episódio

Por usar um vestido curto, Geisy Arruda, aluna de turismo da Uniban de São Bernardo do Campo, foi xingada por um grupo de estudantes. O caso se deu no dia 22 de outubro, mas ganhou repercussão na primeira semana de novembro, com a exibição de vídeos no YouTube, mostrando cenas do tumulto.

A confusão começou quando Geisy Arruda subia por uma rampa até o terceiro andar e os alunos começaram a gritar palavras ofensivas. A garota se resguardou numa sala de aula e só saiu com a escolta policial. Ela não voltou para a faculdade desde o dia do acontecimento. Nesta semana, Geisy foi expulsa e reaceita na Uniban.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

A saga de Geisy

por Yasmin Narcizo
A notícia mais lida no mundo na última semana foi o ocorrido com Geisy Arruda (20), aluna da Uniban (Universidade Bandeirantes), no ABC paulista, hostilizada pelos alunos da própria universidade por usar um vestido curto. A repercussão do caso foi tão grande que na sexta-feira passada, 13 de novembro, houve uma netrevista coletiva onde ela, um assessor de imprensa da Uniban e outro aluno da instituição confrontaram suas versões do ocorrido.
Geisy reforçou suas convicções sobre o acontecido dizendo que já tinha visto outras alunas frequentarem as aulas de shorts curtos e que usaria seu vestido na rua sem problema nenhum. Em resposta aos alunos que sugeriram um estupro à estudante e a chamaram de "puta", ela disse: "Eu fui a vítima. Uma mulher com roupa decotada não dá razão para ser estuprada, não podemos pensar como os talibãs. Não sou uma puta, como andam dizendo. Eu fico pensando, e se eu fosse uma puta mesmo? Elas não podem ir para a universidade?".
De acordo com a versão da aluna, o preconceito aconteceu porque um grupo de rapazes começou a provocá-la, jogando papéis e dizendo obscenidades. "Sofri preconceito porque sou loira e gordinha", disse. Geisy pretende terminar o semestre na Uniban e depois trocar de universidade, mas continuar vestindo as mesmas roupas. "Vou para a universidade que me der mais apoio moral, mas se alguma me oferecer bolsa, eu vou, porque a minha família é pobre", ela falou.
O outro lado da história
João Pedro Cardoso Cunha (60), é assessor da universidade há 10 anos e está certo de que o apoio da imprensa à aluna criou uma vítima. "A mídia apóia porque não estava lá. Geisy provocou seus colegas com atitudes indecentes, que não são compatíveis com uma aluna universitária", ele falou.
O assessor acredita que não tenha sido preconceito o ocorrido com a aluna e que moças precisam aprender a se comportar. "A imagem da universidade não foi prejudicada, e sim mostrou que é um lugar para sua filha estudar. ", disse João Pedro Cunha. Sobre a expulsão de Geisy da Uniban, ele complementa: "Antes de termos a chance de avisar a aluna, vazou a informação. Voltamos atrás por pressão do MEC. Não insistiria em voltar, se fosse ela, não podemos garantir sua segurança. Até nos dispomos a devolver dinheiro".
Para corroborar o que afirmou o assessor da Uniban, Rodrigo Pinto (23), também aluno da universidade, alega que já quase foi agarrado por Geisy. "Eu não era da sala dela, mas conhecia. Estava perto, mas não participei da manifestação contra ela. Conheço algumas pessoas que já se envolveram com ela. Sabia que daria problema algum dia, por isso não me envolvi. A atitude dela chama-se ninfomania", disse Rodrigo. O estudante acredita que a expulsão da aluna foi um exagero, mas comenta: "Não há clima para ela voltar".


Consequências da exposição:
Geisy, desde a confusão com a Uniban, está vivendo seus 15 minutos de fama. A paulista recebeu várias propostas de universidades para uma troca de seu lugar de estudo. Além disso, não bastasse estar aparecendo em jornais de toda forma de mídia, acabou participando na edição dessa terça-feira, dia 17 de novembro, do programa Casseta e Planeta, vinculado pela Rede Globo. No quadro que gravou, Geisy participou de uma paródia ao que aconteceu com ela, surgindo no quadro uma universidade chamada Uniburka - referência ao uso das burkas para cobrirem as mulheres de países do Oriente Médio, analogia feita por ela em entrevista.
Outro resultado da sua exposição foi despertar o interesse das revistas Playboy e Sexy em um ensaio fotográfico sensual da estudante. Categórica em sua resposta, ela afirma: "Não pretendo posar nua".