quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

40 anos depois de Woodstock

"Faça amor, e não guerra" era um dos lemas do festival de música que mais marcou a História A juventude na década de 60 queria mudar o mundo com flores, drogas, paz e amor. Woodstock representou a contracultura americana, uma geração que estava vivenciando a Guerra do Vietnã e a atmosfera psicodélica da época, quando substâncias como ecstasy estavam surgindo.

O festival durou 3 dias em um terreno no norte de Nova York e reuniu mais de 400 mil pessoas até fazenda de Max Yasgur, onde foi realizado. A chuva que tomou conta do segundo dia, transformando tudo em um mar de lama não afastou fãs e nem diminuiu a euforia e animação. O público compareceu em massa em um show histórico que teve a participação de artistas como The Who, Janis Joplin, Jimi Hendrix e Creedence Clearwater Revival.

Em uma entrevista para a Agence France Presse (AFP), o professor de jornalismo da Universidade Quinnipiac, Rich Hanley explica que o festival marcou o fim e não o início da revolução dos anos 60 e da contracultura. "Em 1971, tudo já havia terminado. As manifestações acabaram. A geração Woodstock saiu em busca de trabalho e o trabalho acabou com a diversão". Segundo o professor, "os hippies agora se transformaram em republicanos, perderam o cabelo e mudaram o consumo de LSD pelo Viagra".

O festival deixou um legado na música e na moda, mostrou como artistas podem atrair multidões em poucos dias. As calças bocas de sino e batas volta e meia estão na ativa, e mais do que isso Woodstock mostrou uma geração destinada a mudar, uma juventude com mente aberta. Segundo a professora Heloísa Buarque de Hollanda, do Programa Avançado de Cultura Contemporânea (PACC), da Escola de Comunicação (ECO/UFRJ) em entrevista para o site Olhar Virtual, disse que "o legado que temos na realidade não é dele (o festival), mas da contracultura que trouxe uma perspectiva crítica saudável e vigorosa da cultura de elite dos anos 60, que começava a se formatar como a grande cultura de massa que hoje conhecemos."

Ang Lee retrata o festival em seu novo filme

“Aconteceu em Woodstock”, mostra os bastidores de um dos shows que mais marcaram a História. O diretor conta de uma maneira engraçada, uma família judia que tem problemas financeiros e vê na possibilidade de alugar o seu terreno para um bando de hippies tocarem suas músicas, a chance de pagar as suas dívidas.


Há muitos atores que são desconhecidos, o que dá um ar diferente ao filme. Um elenco novo e forte sob a direção de um grande nome. Ele consegue retratar uma geração que estava em um processo de transformação cultural, quando começava a discussão sobre drogas e liberdade sexual, além de se passar em um cenário político instável, devido a Guerra do Vietnã.


Lee é bem sucedido ao mostrar a atmosfera psicodélica, no final dos anos 60. A única coisa que faltou na produção são as imagens do show. Ele reconstrói perfeitamente os bastidores e deixa o espectador ansioso para ver as cenas mais esperadas, como a de Jimmy Hendrix queimando a sua guitarra ou a de Janis Joplin com sua performance maravilhosa. Mas, não. Não há um auge, um clímax e você fica decepcionado.


Apesar dessa escolha que parece terrível, veja, pois, saber como são os bastidores de um grande evento é importante para entender como tudo aconteceu. Não foi fácil, houve preconceito e uma mobilização nacional de produtores, executivos, músicos e um público único foi feita para fazer esse espetáculo dar certo.

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