Em uma entrevista para a Agence France Presse (AFP), o professor de jornalismo da Universidade Quinnipiac, Rich Hanley explica que o festival marcou o fim e não o início da revolução dos anos 60 e da contracultura. "Em 1971, tudo já havia terminado. As manifestações acabaram. A geração Woodstock saiu em busca de trabalho e o trabalho acabou com a diversão". Segundo o professor, "os hippies agora se transformaram em republicanos, perderam o cabelo e mudaram o consumo de LSD pelo Viagra".
O festival deixou um legado na música e na moda, mostrou como artistas podem atrair multidões em poucos dias. As calças bocas de sino e batas volta e meia estão na ativa, e mais do que isso Woodstock mostrou uma geração destinada a mudar, uma juventude com mente aberta. Segundo a professora Heloísa Buarque de Hollanda, do Programa Avançado de Cultura Contemporânea (PACC), da Escola de Comunicação (ECO/UFRJ) em entrevista para o site Olhar Virtual, disse que "o legado que temos na realidade não é dele (o festival), mas da contracultura que trouxe uma perspectiva crítica saudável e vigorosa da cultura de elite dos anos 60, que começava a se formatar como a grande cultura de massa que hoje conhecemos."
Ang Lee retrata o festival em seu novo filme
“Aconteceu em Woodstock”, mostra os bastidores de um dos shows que mais marcaram a História. O diretor conta de uma maneira engraçada, uma família judia que tem problemas financeiros e vê na possibilidade de alugar o seu terreno para um bando de hippies tocarem suas músicas, a chance de pagar as suas dívidas.
Há muitos atores que são desconhecidos, o que dá um ar diferente ao filme. Um elenco novo e forte sob a direção de um grande nome. Ele consegue retratar uma geração que estava em um processo de transformação cultural, quando começava a discussão sobre drogas e liberdade sexual, além de se passar em um cenário político instável, devido a Guerra do Vietnã.
Lee é bem sucedido ao mostrar a atmosfera psicodélica, no final dos anos 60. A única coisa que faltou na produção são as imagens do show. Ele reconstrói perfeitamente os bastidores e deixa o espectador ansioso para ver as cenas mais esperadas, como a de Jimmy Hendrix queimando a sua guitarra ou a de Janis Joplin com sua performance maravilhosa. Mas, não. Não há um auge, um clímax e você fica decepcionado.
Apesar dessa escolha que parece terrível, veja, pois, saber como são os bastidores de um grande evento é importante para entender como tudo aconteceu. Não foi fácil, houve preconceito e uma mobilização nacional de produtores, executivos, músicos e um público único foi feita para fazer esse espetáculo dar certo.
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