sábado, 5 de dezembro de 2009

500 dias com ela

Por Marina Lins

Não há nada mais batido que o estilo comédia romântica. A receita casal se conhece, briga e fica junto no final já virou um enjoado padrão que alguns cineastas teimam em repetir. “500 dias com ela” é um filme boy meets girl que tenta fugir do óbvio. E consegue.

Joseph Gordon-Levitt é Tom, um eterno romântico que busca a mulher ideal. Encontra em Summer (Zooey Deschanel) tudo o que procurava e acabam ficando juntos. Problema: ela não acredita no amor e não corresponde a paixão de Tom. Nada mais realista que um amor não correspondido, mas também nada menos visto nas telas do cinema.

O filme mostra os 500 dias que Tom passa em função de Summer – momentos de amor e de tormenta -, todos vistos de sua perspectiva. Um viés dramático seria o caminho ideal para desenvolver essa história. Porém, o diretor estreante Marc Webb consegue se desvencilhar desse padrão e cria artifícios para transformar o filme em uma trama engraçada e muito simpática. Felizmente.

Os dezesseis meses não são vistos de forma linear. As passagens alegres e tristes são alternadas e dosadas de modo ideal para manter o clima tragicômico do filme. Esse artifício também contribui para prender a atenção do espectador.

O realismo na tela não chega a ser um incômodo para o espectador. Marc Webb trouxe de sua vasta experiência como diretor de videoclipes uma trilha sonora muito marcante, que atravessa o longa como um dos personagens principais. Além disso, os efeitos de animação também contribuem para restituir certa mágica ao filme.

Vale a pena assistir. Marc Webb conseguiu reunir, num malabarismo preciso, todos os artifícios que impediram o filme de cair na monotonia e no óbvio. Inteligente e criativo, o longa foge da baboseira romântica de sempre e, ainda assim, deixa uma mensagem otimista. Tom não desiste do amor, continua a sua procura. E Summer, a princípio cética, descobre que Tom não estava errado.

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