quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Eleições a vista e a esquerda brasileira começa a se estapear

Subtítulo: César Benjamin faz declarações sobre uma suporta tentativa de estupro de um colega de cela partida do presidente Lula

Olho 1: “As idéias da esquerda foram para o beleléu”

Olho 2: “Lula me contou que só ficou 1 mês na prisão, mas que mesmo assim não aguentou e agarrou um companheiro de cela”

Olho 3: “hoje acordei disposto a acertar as contas com o passado e também fazer com que as pessoas conheçam que é verdadeiramente Luiz Inácio Lula da Silva”

Abre: César Benjamin lutou contra ditadura na militância secundarista, através da luta armada no MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro) e chegou a ser preso, torturado e exilado. Em 1989, participou da campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, sendo um dos fundadores do PT (Partido dos Trabalhadores). Em 1995, por divergências de opinião, deixou o partido e, em 2004, filiou-se, ao então recém formado, PSOL (Partido Socialismo e Liberdade). Hoje, é um respeitado cientista político, editor da Contraponto e colunista da Folha de São Paulo.
Essa é a trajetória de um dos grandes homens da esquerda Brasileira, que sempre seguiu seus ideais longe de escândalos, até há muito pouco tempo, pois agora ele lança uma bomba sobre O PT e principalmente sobre Lula. Segundo Benjamin, o presidente teria tentado molestar um colega de cela, um militante da MEP (Movimento Estudantil Proletário), que era um menor de idade.


Revista Política em Foco - Como foi sua saída do PT para o PSOL?
César Benjamin -Eu fiquei muito chateado com o PT, sou uma pessoa muito desiludida com o Partido, por isso, quero dizer coisas que nunca contei em minha vida sobre a esquerda no Brasil.

R.P.F - Aconteceu algum fato especificamente para que você se desiludisse com o PT?
C.B - O jeito com que o PT está manipulando o poder e tratando os seus seguidores. O PT só ta interessado em cargos e acordos. As idéias da esquerda foram para o beleléu.

R.P.F - Existe um motivo pessoal para a sua mágoa com o PT?
C.B - Não. Só motivos políticos.

R.P.F - Como foi sua relação com o presidente ao longo desses anos de militância na esquerda?Como foi sua convivência com ele?
C.B - Eu fui o melhor amigo do Lula. A ponto de ter escondido todos esses anos algumas de suas falhas mais graves. Mas agora, que me sinto traído em minhas idéias, estou disposto a contar.

R.P.F - Que falhas foram essas?
C.B - Eu nunca esqueci de quando eu tinha 16 anos e estava na prisão, sendo torturado. Muito tempo depois, na época em que Lula já era líder do PT, ele veio me contar as suas memórias da prisão. Ele não foi torturado e, pelo contrário, até riu de um episódio de que qualquer um teria vergonha.

R.P.F - Qual foi esse “episódio de que qualquer um teria vergonha”?
C.B - Lula me perguntou como foi que eu consegui passar tanto tempo sem transar. Falei que nem tinha como pensar nisso, afinal, eu e meus companheiros estávamos sendo torturados. Então, Lula me contou que só ficou 1 mês na prisão, mas que mesmo assim não agüentou e agarrou um companheiro de cela.

R.P.F - Falando mais claramente: Ele molestou esse companheiro de cela?
C.B - Pelo que ele me contou, sim. E ele disse pior: esse companheiro, que era militante da MEP (Movimento Estudantil Proletário), era um menor de idade.

R.P.F - Você sabe o nome desse menor de idade (na época)?
C.B - Não sei, mas não é difícil apurar nos inquéritos.

R.P.F - Quando foi esse tal episódio?
C.B - Por volta dos anos 80.

R.P.F - Havia testemunhas no momento em que o presidente Lula te fez essa confissão?
C.B - Tinham 2 testemunhas que estavam no jantar em que Lula me contou: o cineasta Silvio Tendler e um publicitário estrangeiro.

R.P.F - Na sua opinião, porque essas duas testemunhas, até hoje, nada falaram sobre o assunto?
C.B - Todo mundo tem uma dívida de gratidão com o Lula. E quando você está lutando contra a direita, não pode atacar os seus companheiros de esquerda.

R.P.F - Porque só agora, depois de mais 20 anos dessa tentativa de estupro que supostamente teria partido de Lula e 14 anos depois da sua saída do PT , você está trazendo história à tona?
C.B - Eu nunca esqueci essa história. Não ter revelado durante todo esse tempo dói em minha consciência. Mas hoje acordei disposto a acertar as contas com o passado e também fazer com que as pessoas conheçam que é verdadeiramente Luiz Inácio Lula da Silva.

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